O Peru e a Bolívia são um prato cheio para quem gosta de visitar sítios arqueológicos. O Império Inca e as culturas anteriores deixaram cidades e templos com uma arquitetura extraordinária, que até hoje muitos especialistas não conseguem entender como foram construídos – algumas teorias dizem até que foram feitas por alienígenas.
Um desses locais impressionantes é Tiwanaku, uma antiga cidade pré-inca que fica a 72 quilômetros de La Paz, na Bolívia. O sítio arqueológico é Patrimônio Mundial da Unesco desde 2000 e um bate-e-volta imperdível para quem está na capital.
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Um pouco de história
Tiwanaku, Tiahuanaco ou Tihunaco fica a 3843m de altitude e era uma polo administrativo, ritualístico e agrícola. O lugar foi habitado desde 1500 a.C, mas foi entre os anos 300 e 1000 que ganhou destaque. Não há muitas informações sobre esses povos, porque eles não tinham escrita, porém, sabe-se que eles foram uma das civilizações mais importantes das Américas, com tecnologias altamente complexas e produtivas, além de um dos precursores do Império Inca. Tiwanaku foi um império bem longo e entrou em declínio só em 1200 d.C (!). Os motivos até hoje são misteriosos, mas uma das suposições é que o nível do lago Titicaca aumentou tanto, que inundou a cidade.
Como é a visita
A visita de Tiwanaku se dá pelo sítio arqueológico, com várias ruínas conservadas, no Museu Nacional de Arqueologia de Tiwanaku e no Museu Lítico de Tiwanaku. Todas as etapas são muito interessantes para compreender um pouco mais esta civilização.
O sítio arqueológico é composto por ruínas de diferentes períodos e um dos maiores destaques é a Porta do Sol, uma estrutura monolítica, feita de rochas vulcânicas que tem em seu centro o Deus Viracocha, ou o Deus Sol, que, segunda as lendas, criou o povo de Tiwanaku. Não deixe de ver também o Templo de Kalasasaya, um observatório astronômico, e o Templo sub-subterâneo, que fica a mais de dois mil metros de profundidade e possui rostos esculpidos nas paredes. É interessante observar que nenhum desses rostos é igual. A Pirâmide Akapana impressiona com seus 18 metros de altura e acredita-se que o lugar era usado para rituais de sacrifício.
No Museu de Arqueologia, há várias peças de cerâmica e metais. Já no Museu Lítico, estão alguns monólitos encontrados nas escavações, inclusive o Monólito de Bennet, com seus imponentes sete metros de altura.
Saí de lá encantada com a história do império. Visitar essas ruínas é uma verdadeira viagem ao tempo e, ao andar no sítio arqueológico, é fascinante imaginar como era a vida desses povos tão misteriosos e místicos, que, com o pouco que sabemos, já nos impressionam. Tiwanaku não é exuberante igual Machu Picchu, o lugar fica em um espaço plano, meio deserto. Porém, para quem gosta de sítios arqueológicos, sem dúvidas é um bate-e-volta que vale a pena saindo de La Paz.
É preciso contratar um guia?
Sim, sem dúvidas! É possível visitar Tiwanaku sem guia, mas ele é muito importante para explicar sobre o sítio arqueológico e como aquele povo vivia, deixando a visita muito mais rica. As ruínas quase não tem placas explicativas, sem um guia elas não fazem muito sentido para os visitantes.
Vale lembrar que, se você for por conta própria, há vários guias na entrada de Tiwanaku – eles cobram cerca de 40bs (R$18). Além disso, contratando um guia, você também está ajudando a movimentar o turismo local. 🙂
Como ir e quanto custa
O valor do passeio vai depender muito da forma que você for. Eu acabei fechando um pacote no meu hotel de La Paz, o Naira, que incluía transporte, almoço e guia – o ingresso das ruínas era a parte. Normalmente eu não gosto muito desses grupos, mas esse era bem tranquilo, tinha pouca gente e foi bem prático. Como nossa moeda vale muito na Bolívia, achei tranquilo investir um pouco e o pacote custou 140bs (R$63) mais o ingresso de 160bs (R$72).
Se você for por conta própria é tranquilo também, só não esqueça que o transporte público na Bolívia não é muito confortável. Há vans saindo do Cemitério de La Paz que deixam na entrada de Tiwanaku por 15bs cada trecho (R$9,00). Só fique atento na volta e tente pegar a van de volta até às 16hrs.
Veja meu roteiro pelo Peru e Bolívia clicando aqui.
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1 Comentário
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