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O que fazer em Cartagena das Índias, na Colômbia

por Gabriela Mendes
Cartagena é uma cidade para desacelerar. As melhores atrações são para quem não tem pressa e se permite perambular sem olhar o relógio. 

Eu já contei como foi minha viagem sola de um mês pela Colômbia, já dei as dicas práticas pra você saber antes de viajar pelo país e fiz um guia bem completinho de Cartagena das Índias. Agora tá na hora de saber as melhores atrações de um dos destinos mais procurados na América do Sul. 

O que fazer em Cartagena

Passear na Cidade Murada

Cartagena não tem exatamente uma lista de atrações imperdíveis, porque a programação mais gostosa é andar sem rumo e sem pressa dentro da Cidade Murada. Simples assim. Lá dentro você se depara com as lindas casas coloridas de arquitetura colonial espanhola, que são muito bem conservadas. São tantas, que não adianta dizer quais são as mais lindas de se ver, vá descobrindo suas preferidas aos poucos. E, claro, aproveite para tirar muitas fotos. 🙂

A principal porta de entrada da Cidade Murada é a Torre do Relógio, que dá na Plaza de los Coches, que já foi um grande mercado de escravos. Atualmente é onde estão as casas de câmbio, várias pessoas oferecendo passeios aos turistas e todo tipo de produto. O que eu mais gostei é que, embaixo dos casarões coloniais, nas arcadas, há um mercadinho chamado El Portal de los Dulces, onde são vendidos doces colombianos.

Adentrando o centro histórico, não deixe de ir até a Plaza de la Inquisición, Palácio de la Inquisición, Plaza Bolívar, Plaza Domingo, Catedral e na Iglesia Santo Domingo, a mais antiga da cidade, construída em 1539. O Museo del Oro Zenú é gratuito e parece ser interessante, eu acabei não indo, deixei pra ir no de Bogotá.

Ao entardecer, depois que o sol baixar, caminhe pelas muralhas. Elas têm 11km e você pode subir nelas e percorrer toda extensão, que tem vistas lindas. A parte que fica próxima à beira-mar é a mais famosa para ver um pôr-do-sol escandaloso de bonito. Os turistas costumam ir sempre no Café del Mar, o bar mais famoso (e caro). A vista de lá é realmente privilegiada, mas não aconselho nada mais que um drink no pôr do sol (as comidas são caras e não tão saborosas). 

Outro lugar que é bem visitado na Cidade Murada é o edifício Las Bovedas, que era usado como calabouços militares. Atualmente é um mercadinho bem turístico, sem muitos produtos interessantes no meu ponto de vista. O legal é ver as arcadas, que são bem bonitas. É ali pertinho que fica um dos restaurantes mais incríveis da cidade, o Restaurante Interno, um programa de reinclusão social do presídio feminino San Diego.

⭐ Veja mais dicas de onde comer em Cartagena aqui.

Saindo das muralhas, há outros vários lugares para explorar em Cartagena. A passagem do Muele Turístico de los Pegassos, onde tem um porto e um grande centro de convenções, liga os dois centros históricos: a Cidade Murada e Getsemani. É por lá também que fica o Parque Centenário, que funciona como uma área de recuperação de preguiças, iguanas e macacos. Se der sorte você vai encontrar alguns desses animais por lá, principalmente se for quando o sol tiver menos forte, no final da tarde.

Getsemani

O bairro, que também faz parte do complexo do Centro Histórico de Cartagena sempre foi a parte habitada pelo proletariado da cidade, enquanto na Cidade Murada os mercadores bem sucedidos esbanjavam suas riquezas. Como área periférica, Getsemani já foi um lugar complicado de visitar, porque era tomado pelo tráfico. Porém, atualmente, com a expansão do turismo, vem se tornando a área cool da cidade, dominada por restaurantes e hostels descolados. O que me deixou um tanto eticamente dividida, explico:  Eu me hospedei por lá e é incrível estar dentro de um bairro completamente tradicional, o único do centro histórico onde ainda há moradores reais (já que na Cidade Murada ninguém mora, praticamente). Porém, eu só consegui me hospedar lá por conta de um grande processo de gentrificação que rola na cidade e daqui a algum tempo esses moradores que ainda resistem, provavelmente, vão acabar se mudando pra mais longe.

Assim como na Cidade Murada, não há exatamente uma lista de atrações imperdíveis. O legal é ir explorando suas ruas e vendo os vários murais grafitados e as casas coloniais (que não são tão conservadas, mas, ainda sim, muito bonitas). A  Praça de la Trinidad fica cheia de gente todas as noites. Não deixe de provar as empanadas, que ficam em um carrinho embaixo da árvore! Os arredores da praça são cheios de restaurantes e bares, principalmente na rua Carrera 10. Se quiser um belo podrão de arepas, vá ao Colombitalia. 

Mercado Popular Bazurto

Conhecer o Bazurto foi uma das experiências mais intensas que eu tive no meu roteiro pela Colômbia. O mercado é um caos, um choque pra quem sai das ruas coloridas e organizadas do Centro Histórico, mas fascinante para viajantes curiosos que querem conhecer Cartagena além dos cartões postais. 

Eu conto tudo nesta matéria: Despertando os Sentidos no Mercado Popular Bazurto, em Cartagena

Convento de la Popa

Eu acabei não conhecendo, mas o convento é onde você pode ter uma das vistas mais bonitas de Cartagena, já que fica no ponto mais alto da cidade, a 150m de altura. Apesar de ficar próximo ao centro histórico, recomendo pegar um táxi (cerca de COP$30.000), porque, além da subida de 30min no calor dos infernos, a região não é totalmente segura. Ah, você pode combinar esse passeio com o Mercado Bazurto, que fica aos pés da colina. O ingresso custa COP$8000).

Castillo de San Felipe

Devido a grande riqueza que Cartagena tinha na época colonial, foi necessário construir uma fortaleza forte o suficiente para garantir a segurança da cidade. O empenho foi tanto que Castillo foi a maior fortaleza já construída pelos espanhóis nas suas colônias. Eu acabei não indo, mas o complexo faz parte da paisagem vista de vários pontos da cidade e fica bem lindo no pôr do sol. É possível caminhar desde Getsemani e uma corrida de táxi custa cerca de COP$6000. O ingresso é COP$17.000.

Boca Grande

Vendo das muralhas do Centro Histórico, Boca Grande parece um outro mundo. O contraste que o bairro mais rico e moderno de Cartagena proporciona é interessante: de um lado casas coloniais seculares, do outro, arranha-céus. Como eu tinha bastante tempo na cidade eu fui conferir o bairro, mas, apesar de ter uma praia, não é um passeio imperdível. Como eu disse no início, as praias de Cartagena não são bonitas e não valem a pena. Muita gente escolhe se hospedar nesse bairro pelos hotéis de luxo e um dos apelidos de lá é “Miami colombiana”. Eu, particularmente, acredito que ficar por lá perde o charme da cidade, mas eu dou dicas de hospedagem nesta outra matéria.  

Free Biking Tour

Tendo um blog pedalante, fazer um tour de bike em Cartagena foi a minha primeira escolha para começar a conhecer a cidade – e foi incrível! O José e a Miret, nossos guias, foram uns amores e nós percorremos várias partes do centro histórico, fazendo paradas para aprender um pouco mais da história local. Foi uma ótima introdução à cidade, depois eu já estava mais ou menos localizada para saber onde queria voltar. Recomendo 🙂

Custou COP$40.000 pelo aluguel da bike + contribuição voluntária no final do tour. Eles falam que dura 2h, mas rolou por mais tempo que isso.

Bikes do Cartagena Bike Tours

Free Walking Tour

Se pedalar não é a sua praia, há vários tours a pé gratuitos em Cartagena, naquele esquema de contribuição voluntária no final. Eu sempre acho que esse tipo de programa vale muito a pena pra quem que conhecer mais sobre a história local, contada por quem é de lá. Alguns dos melhores são nas empresas Beyond Colombia, Free Tour Cartagena, Street Art Cartagena.

Andar de Chiva

Eu não andei de Chiva na Colômbia. Confesso que fiquei com um preconceito, por ser uma atração 110% turística, daquelas bem óbvias. Mas depois que alguns amigos foram e me contaram a experiência, eu percebi que pode ser sim um programa divertido e bem louco. 

As chivas, originalmente, começaram a ser utilizadas como transporte público nas zonas rurais da Colômbia, no século XX. Os veículos originais, feitos de madeira, são usados atualmente para passeios turísticos, mas é possível observar a herança deixada por eles nos ônibus usados para transporte público de Cartagena. Apesar de serem mais “modernos”, eles também são todos coloridos, cheios de luzes e cada um deles tem apelidos, como “La Peligrosa”, ou algo do tipo. 

O passeio turístico de chiva pára nas principais atrações da cidade. De dia é tudo mais tranquilo, mas à noite pode ser divertido se você levar na zoeira. Eu digo isso porque é um ônibus, que fica andando pela cidade com uma velocidade razoável (o trânsito na Colômbia é louco), música nas alturas (especificamente o estilo musical rumba), pessoas alcoolizadas (nem sempre, mas esses foram os relatos dos meus amigos), com famílias, crianças, idosos, jovens mochileiros, tudo junto e misturado. Enfim, se você for, conte sua experiência pra gente.

Custa cerca de 35 mil pesos e dura umas 5h.

Vida noturna

A vida noturna de Cartagena é bem agitada, apesar de não terminar tão tarde (cerca de 2h da matina os lugares já estão fechando). Como o destino é famoso entre os estrangeiros que escolhem a cidade como uma das paradas de mochilões pela América do Sul, há vários jovens querendo se divertir na noitada caribenha. 

Vale ressaltar que na Colômbia ainda existe aquele velho esquema machista de “damas não pagam, homens bancam o rolé”, por isso, muitos lugares comprar ingresso só para os boy. 

Alguns lugares interessantes:

Café Havana: a casa mais tradicional de salsa, uma ótima opção pra quem quer música ao vivo de qualidade. É verdade que o lugar é bem turístico, mas vale muito a pena, porque os músicos são realmente excelentes. Sem contar que é aquela atmosfera incrível de várias pessoas dançando. A entrada custa 30 mil pesos.

Bazurto: eu perguntei para os moradores de Cartagena onde era o melhor lugar para sair e o Bazurto foi unanimidade. E eu não estou falando do mercado, e sim a casa noturna que fica no Centro Histórico, em Getsemani. Por lá você escuta ritmos caribenhos mais moderninhos e eletrônicos, como champeta e rumba. Sem contar que, se você quiser se jogar na pixta tem uma aula de dança às 23h. Já vou adiantando que é preciso de muita malemolência pra pegar os rimos cartagenos, haja rebolado. Normalmente a entrada é grátis antes das 23h e depois custa em torno de 10 mil pesos. O dia mais famoso entre os locais é às quinta-feiras.

Crazy Salsa: eu acabei caindo nesse lugar por acaso e me deparei com um show ao vivo de salsa, em um ambiente intimista. O Crazy Salsa fica bem na entrada da Cidade Murada e teria tudo pra ser mega turístico, mas eu achei zero. Todo mundo lá dentro parecia colombiano, inclusive, o era um público mais velho (e bem dançante). A entrada foi gratuita.

Donde Fidel: também dentro da Cidade Murada, esse lugar é um bar super tradicional onde músicos de salsa se reúnem para tocar. Não deixe de ir, a atmosfera é incrível com mesinhas de madeira e um ambiente bem tradicional. Por aqui você não encontra uma noite louca que vai até às 4 da manhã, mas pode presenciar a velha guarda da salsa cartagena. A entrada é gratuita.

Selina: o hostel que eu fiquei tem um espaço bem legal para festas, vale a pena ficar ligado na programação. Eu fui em duas, uma foi um DJ e tava bem fraco e a outra foi incrível! Teve um show de uma banda de Cartagena chamada Caribe Funk. Quem se hospeda no Selina não paga, mas quem vem de fora tem que comprar ingresso, que varia de acordo com a atração.

Bate-volta em Playa Blanca

Esse é um passeio que gera muita contradição em Cartagena, e não é à toa. Playa Blanca fica na Isla Bauru, a cerca de 1h de Cartagena. A praia, teoricamente, é aquele retrato clássico do Caribe: águas azuis, cristalinas e areia branca. Porém, o que era pra ser um paraíso foi explorado por um turismo desenfreado que deixa o local bem menos interessante do que poderia ser. Resumidamente: se você for a San Andres ou Isla Grande, não gaste seu tempo e seus soles fazendo esse bate-volta. 

⭐ Eu conto o porquê nesta outra matéria: em breve

Playa Blanca, na Isla Baru

Bate-volta nas Islas del Rosario

Assim como Playa Blanca, o bate-volta nas Islas del Rosário são polêmicos. Há praias muito mais intocadas por lá, mas é preciso escolher bem seu tour pra não cair em furada. Eu optei por passar duas noites em uma das ilhas, a Isla Grande, e foi bem delícia. Se for para praias como Gente del Mar ou Arenal é sucesso. Mas se estiver incluído paradas como o Oceanario e Playa de Cholon, pode ser bem frustrante. Fuja da empresa Lizamar!

⭐ Todos os detalhes e dicas para conhecer as Islas del Rosario aqui: em breve.

Praia Gente del Mar, em Isla Grande

Bate-volta no Volcán de Lodo El Totumo

Confesso que essa atração não despertou muito meu interesse, mas muita gente vai. Trata-se de um bate-volta em um vulcão desativado que fica a 50km de Cartagena. O curioso monte de 15m lança lama morna e os visitantes ficam o dia todo lá, tomando banho de lama e na lagoa, que fica ao lado. Custa cerca de 30mil pesos e praticamente todas as agências oferecem o passeio. 

Nossas matérias sobre a Colômbia

(em breve matérias de todos os destinos, tô fazendo aos pouquinhos)

Informações gerais
Fui Sozinha: roteiro de um mês na Colômbia
Colômbia: informações que você precisa saber antes de viajar

Bogotá
Fui Sozinha: 72 horas em Bogotá

Cartagena
Despertando os sentidos no Mercado Popular Bazurto, em Cartagena
Comer bem e barato em Cartagena
Guia de Cartagena: nossas dicas para conhecer a cidade da Colômbia
O que fazer em Cartagena das Índias, na Colômbia

Medellín
Fui Sozinha: Guatapé e Piedra del Peñol além do bate-volta de Medellín

Salento
Como é visitar as fazendas de café em Salento, na Colômbia
Fui Sozinha: guia de Salento, na Colômbia

Santa Marta (em breve)

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2 Comentários

Diana Correia 02/01/2020 - 22:42

Boa noite
Estou em cartagena e queria ir para Isla grande, mas os preços das lanchas são muito altos. Pode nos ajudar?
Cumprimentos
Diana

Reply
Gabriela Mendes 31/01/2020 - 16:25

Oi Diana, mil desculpas pela demora da resposta. A gente tava viajando e agora estamos atualizando tudo no blog. Acho que nem adianta mais né? Mas as lanchas de passeio para a Isla Grande são carinhas mesmo, eu paguei menos porque só usei como transporte, já que pernoitei por lá. O ideal, se você for dormir em alguma pousada de Isla Grande, é perguntar pro seu hotel uma recomendação.
Boa viagem!

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