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Guia Bangkok: tudo o que você precisa saber sobre a capital tailandesa

por Ursulla Lodi

Bangkok é vibrante e caótica, um grande cosmos urbano que mistura futuro, presente e passado entre arranha-céus, luz neon, tuk-tuks, sem perder o clima bucólico de antiga vila asiática. É uma cidade única. Você provavelmente passará no mínimo uma vez por aqui a caminho de algum outro lugar, pois é um centro de transporte conveniente, uma porta de entrada para o Sudeste Asiático. Por isso preparamos um guia cheio de dicas para você sair do roteiro padrão.

Descubra aqui quantos dias ficar, onde se hospedar, onde comer e o que fazer em Bangkok.

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Quantos dias ficar?

Entre várias indas e vindas à capital tailandesa durante o mochilão, acabei ficando mais de dez dias na cidade e não fiquei entediada. Recomendo no mínimo 3 dias inteirosreservando 1 dia para a visita à Ayutthaya, a antiga capital e suas ruínas.

Dicas do que fazer em Bangkok

A maioria das pessoas costuma fazer em BKK o mesmo roteiro mainstream indo apenas nos locais mais turísticos. Se você tem poucos dias, não se preocupe. Dá para fazer os passeios imperdíveis saindo do clichê na capital tailandesa!

1. Atrações imperdíveis

Principais templos

O Budismo é a essência da Tailândia e não é à toa que boa parte do turismo do país se passa dentro dos templos. Em Bangkok não é diferente, a cidade tem muitos templos belíssimos. Os principais são:

Grand Palace e Wat Phra Kaew

No interior dos muros do Grand Palace fica o Wat Phra Kaew, o templo do Buda de Esmeralda, imagem mais reverenciada de toda a Tailândia. A riqueza e detalhamento do templo é de cair o queixo, sem dúvida um dos mais bonitos, se não o mais bonito que eu vi durante a minha viagem pelo Sudeste Asiático. O horário de funcionamento é de 8:30-16:00 e o ingresso custa ฿500 (R$50), preço muito acima da média dos demais templos, no entanto vale a pena.

Wat Pho, o Templo do Buda Reclinado

Wat Pho é o templo perfeito para se passar algumas horas passeando sem pressa. O complexo incorpora um rol de superlativos: o maior Buda reclinado de Bangkok, a maior coleção de imagens de Buda da Tailândia, além de ser o primeiro centro de educação pública do país. Quase grande demais para seu abrigo, o Buda Reclinado de  46m de cumprimento por 15m de altura é genuinamente impressionante. No interior do templo fica também a mais tradicional escola de massagem da cidade. O templo fica aberto das 8:30 às 18:30 e o ingresso custa ฿100 (R$9-10).

Wat Arun

Na margem do Rio Chao ergueu-se com a fundação de Bangkok o templo Wat Arun, simbolizando o surgimento da nova Ayutthaya, após a queda da antiga capital. Com uma suntuosa prang, torre em estilo Khmer de 82m de altura, ornada com mosaicos florais de porcelana chinesa, o templo é símbolo da cidade, proporcionando um visual incrível ao amanhecer e, sobretudo, ao entardecer, quando suas luzes são acesas. Infelizmente, o templo encontrava-se em reforma durante o período do meu mochilão.

Para fazer bonito dentro dos templos, seja sempre respeitoso:

É necessário tirar os sapatos – uma dica é  escolher sapatos que possam ser colocados e retirados com facilidade.

Nada de braços e pernas de fora! A regra vale tanto para homens quanto para mulheres – uma alternativa é levar uma blusa fechada, saia longa ou calça na mochila e colocar nas proximidades, sobretudo em épocas de calor mais intenso.

Sentar nos templos com os pés para trás, sem nunca os apontar para Buda. Observe os locais e aprenda com eles!

Não tocar ou de qualquer maneira desrespeitar qualquer imagem, são todas sagradas.

Monges tailandeses só podem falar, tocar ou olhar nos olhos de outros homens. Então é importante que as turistas evitem qualquer contato que os constranja.

Para os casais: proibido qualquer contato físico até mesmo andar de mãos dadas.

Ayutthaya

Reserve 1 dia completo par visitar os sítios arqueológicos da antiga capital do Reino de Sião, que já chegou a se maior cidade do mundo! Mesmo que boa parte das construções esteja em ruínas, Ayutthaya é declarada Patrimônio Mundial da UNESCO. Trata-se de um museu à céu aberto, um passeio que não pode ficar de fora de seu roteiro. Andar pelas ruínas da cidade, imaginando como seria a vida naquele local há pouco mais de 200 anos é imperdível e permite uma maior compreensão da história e cultura tailandesa.

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Nas ruínas de Ayutthaya

Para saber tudo sobre Ayutthaya, como ir e o que não perder por lá veja esse post.

Precisa de guia?

Não é necessário contratar um profissional para estes passeios, sobretudo se você tiver um guia da Lonely Planet que sempre salva e dá as melhores informações (o compacto do Sudeste Asiático se tornou o meu melhor amigo!). Mas se você não está tão low budget e tem interesse, recomendo o Theazinho, guia nativo que fala português fluente.

Site: www.experienciatailandia.com
Celular/WhatsApp: +66 98 825 3344
Outro telefone: +66 90 289 9451
E-mail: info.exptailandia@gmail.com

2. Passeios alternativos

Ao meu ver, quem diz não ter gostado de Bangkok não se permitiu explorar a energia vibrante da cidade ou ter olhos atentos para se encantar com as cenas cotidianas. Para mim, foi um primeiro impacto de um mundo até então desconhecido: a cada esquina uma nova descoberta, um novo cheiro, um novo detalhe. Monges, pessoas cozinhando e comendo nas calçadas, o trânsito caótico, a religiosidade e culto a figura do Rei, tudo foi novidade e me impactou.

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Cenas cotidianas na old town de Bangkok

Aqui vão algumas dicas de passeios fora do roteiro para se perder nas grandes avenidas ou nas pequenas vielas desta cidade única. 🙂

A Cerimônia de Ronda das Almas ou Alms Giving

Para quem acorda cedo ou está de jet-lag, é possível se deparar as 6 da manhã com o ritual diário do alms giving, monges de pés descalços vestidos de laranja percorrendo as ruas do centro histórico da cidade coletando alimentos dos fiéis.  A ronda das almas é uma procissão silenciosa que torna por alguns instantes Bangkok, um verdadeiro caos urbano por definição, em um espaço de calma e meditação.

Mercados de rua e parques

O mercado de rua mais famoso é o Chatuchak Sunday Market, carinhosamente chamado de JJ Market, funciona todos os domingos vendendo de tudo um pouco em suas mais de 8 mil lojas(!). Melhor lugar para se ver artesanatos bonitos, arte e  comprar quitutes. Apesar de ser bem cheio em seu interior, o Parque Chatuchak em frente é tranquilo e super agradável, ideal para estender a canga e comer os quitutes comprados no mercado. Para ir até lá pegar a linha azul de metrô e saltar na estação Chatuchak Park. É também uma boa oportunidade para andar de Skytrain, o trem com vista panorâmica da cidade, interligado ao metrô. 🙂

Outros mercados famosos:

Rot Fai Market, o mercado retrô de Bangkok, e o Patpong Night Market, no Red Light District.

Outros parques:

Lumphini Park, grande parque localizado no coração de Bangkok, por vezes comparado ao Central Park de Nova York. Aos fins de semana ainda rola um mercado de comida, com todas aquelas delícias tailandesas.

Tour gastronômico de comidas de rua pela China Town

O principal polo de comida de rua da cidade fica na China Town. Ao contrário de outras cidades asiáticas, não se trata propriamente de um night market, mas sim centenas de barraquinhas que são montadas todas as noites, aglomerando multidões de famintos em busca de quitutes chineses e tailandeses. Se permita degustar de tudo até não aguentar mais por preços super em conta. Atenção: este foi o único local da cidade que me recomendaram ter cuidado com pickpockets!

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A China Town é o melhor lugar de Bangkok para se aventurar na comida de rua <3

Existem tours guiados pela China Town, mas sinceramente acho dispensáveis, vá e experimente tudo o que tiver vontade e que seus instintos recomendarem.

Casa de Jim Thompson

No bairro de Siam, na beira de um bucólico canal e em meio a um jardim tropical, fica a Casa de Jim Thompson. Jim Thompson foi um antigo empreendedor americano fomentador da indústria da seda tailandesa, que ficou ainda mais famoso depois de seu misterioso desaparecido em Cameron Highlands, na Malásia, em 1967. A visita é muito interessante, por apresentar as coleções de artes e os móveis de Jim, bem como construções tailandesas originais, que compõem uma única casa com seis cômodos em madeira. Horário de funcionamento: 9 às 17hrs. Ingressos custam ฿150 e incluem visita guiada em francês ou inglês a cada 20 minutos. O restaurante da casa também é excelente!

3. Outras atrações

Khao San Road: a Rua dos Mochileiros

A famosa Khao San Road é uma rua extremamente turística onde todas as loucuras são possíveis. Vale a pena ir ao menos 1 noite para entender do que se trata e comer uma boa comida de rua  (quem sabe um gafanhoto ou um escorpião?) acompanhada de uma Chiang, a cerveja tailandesa mais famosa.

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Importante: Ao andar à noite por ruas populares como a Khao San Road, muitos vendedores e motoristas de tuk-tuk podem te abordar e oferecer Ping Pong Shows, shows de pompoarismo, ou outros shows eróticos. A nossa opinião aqui é radical. Não incentive nunca qualquer atividade que violente a dignidade de mulheres ou fomente, mesmo que indiretamente, o turismo sexual. Esses shows são, inclusive, proibidos no país e muita gente acaba caindo em armadilhas.

Luta de Muay Thai no estádio Rajadamnern

Se você gosta de muay thai ou tem curiosidade de saber como é uma luta de verdade de thai boxing o lugar ideal é o estádio Rajadamnern, o mais antigo e tradicional da cidade. As lutas que acontecem segundas, quartas, quintas e domingos começam às 18:30 e vão até as 22 horas, aproximadamente. Ingressos variam de ฿1000 (R$90-100, 3a classe) à ฿2000 (R$180-200, 1a classe) e devem ser comprados na bilheteria, que abre 1 hora antes do início da luta.

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Luta de muay thai no Rajadamnern

Rooftop bars

A cidade também é bem famosa pelos rooftop bars no alto dos arranha-céus de hotéis 5 estrelas, sobretudo depois do filme The Hangover. Pessoalmente não é muito a minha praia e acabei não indo, mas a vista deve ser incrível, sobretudo para ver o pôr do sol e as luzes da cidade acendendo. Os mais famosos são o Sirocco e o Vertigo, podendo ir tanto para jantar quanto para um drink apreciando o visual.

Mercados Flutuantes

O mais famoso é o Damnoen Saduak Floating Market  e é possível contratar transporte para lá na recepção de onde você está hospedado ou em qualquer pequena agência por ฿300 (R$25-30). Este passeio apesar de ser o cartão postal de Bangkok, foi uma decepção. Explico: o mercado fica bastante afastado da cidade, cerca de 2hrs de estrada para ir e para voltar. Mas o principal problema é que se tornou extremamente turístico, perdendo a essência do que um dia já foi com quase nenhum barquinho vendendo de fato alimentos. A maioria dos barcos são de turistas que circulam por entre os canais do mercado observando os artesanatos em suas margens.

A boa notícia é que existem outros mercados flutuantes um pouco menos turísticos como o Amphawa Floating Marketin  que pode ser combinado com o Maeklong Train Market, o famoso mercado nos trilhos do trem. Para ir até esses, é possível pegar uma van em horários regulares no Victory Monument. Mas atenção: se informe sobre os horários para a volta. 🙂

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Comida e mais comida no Sudeste Asiático

Importante: muitas vezes o passeio para os mercados flutuantes é combinado  em agências com atividades exploratórias de animais, sobretudo elefantes. Diga não. 🙁

Onde comer

Alguns restaurantes:

Thipsamai (฿)

Se você aprecia uma boa comida eu não deixaria jamais de ir no Thipsamai, eleito o melhor padthai do mundo! Sim, eu fui neste restaurante mais de 5 vezes, na última até ganhei um adesivo. O ambiente é simples e você pode escolher por 3 alternativas: tradicional (envolvido no ovo, o melhor!), sem ser envolvido no ovo, e vegetariano (sem camarões), todos os pratos por menos de ฿90 (R$8-9). Para acompanhar o melhor suco de laranja do mundo ou uma raspadinha de coco. Cuidado, é viciante e faz fila na porta!

Chilli Chill Indian Food (฿฿)

Pequeno restaurante indiano nos arredores da Khao San Road, com preço justo e comida saborosa. ฿220 (R$19-22), para uma pessoa.

Jim Thompson Restaurant (฿฿฿)

No interior da casa de Jim Thompson tem um charmoso bistrô, com muitos vinhos, saladas, smothies e pratos típicos com um toque mais refinado. O preço continua sendo acessível. Recomendo a salada de pomelo (divina!).

Cabbage and condons (฿฿฿)

Famoso restaurante de comida tailandesa que patrocina programas de combate a transmissão de doenças sexualmente transmissíveis. Population and Community Development Association (PDA). “Nossa comida não vai te engravidar”. No mínimo, inusitado.

Gaggan (฿฿฿฿฿)

Se você quer ter uma experiência gastronômica única e já viu a série do Netflix Chef’s Table uma dica é reservar uma mesa no Gaggan Progressive Indian Cuisine, apenas eleito o melhor restaurante da Ásia. Não vai ser barato, mas vai ser inesquecível, uma verdadeira viagem por todos os seus sentidos. O menu degustação de 23 atos custa ฿4000. Só não esqueça de reservar pelo site com antecedência.

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Padthai no Thipsamai, em Bangkok

Comida de Rua:

Bangkok é a capital mundial da street food, sendo uma ótima pedida para comer bem gastando quase nada. Os tailandeses raramente cozinham em casa, as famílias sentam-se na rua para cozinhar, comer e vender suas iguarias, que a primeira vista podem parecer estranhas, mas são deliciosas! Os melhores lugares para se arriscar na comida de rua são na China Town e nos arredores da Khao San Road, pontos movimentados, onde se tem uma maior segurança de que o alimento é fresco.

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Vai uma baratinha?

Onde ficar em Bangkok sem gastar muito

Me hospedei várias vezes no Once Again Hostel, hostel moderno e confortável que mais recomendo, sobretudo pelo preço justo e  localização no coração da Old Town de Bangkok, sendo possível ir para o Wat Pho, Grand Palace e maioria dos templos à pé, ficando à 15 minutos da Khoa San Road, sem falar que fica do lado do meu restaurante favorito de Bangkok, o Thipsamai.

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Vista do centro histórico de BKK

Outro hostel  mais simples, nos arredores da Khao San Road que fiquei uma noite foi o Sleep Tight Hostel. A localização também é boa, próxima de thai massages e cantinhos legais para se comer. Uma dica que dou é não ficar na Khoa San Road propriamente dita, pois além de ser extremamente turística é bastante barulhenta. Uma alternativa pode ser ficar na rua do lado a Rambuttri, onde fica o agradável Rambuttri Village Inn & Plaza.

Outra opção sem erro é o Ibis Bangkok Siam, em Siam, bairro mais moderno e cosmopolita, cercado pelo metrô, skytrain,  bons restaurantes e shoppings. Reservar um quarto em Airbnb na cidade também pode ser uma boa ideia.

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A parte mais moderna da cidade, onde fica o bairro de Siam, ao fundo

Se locomovendo pela cidade

Metrô, skytrain, trem, tuk-tuk, táxi, Uber, não falta transporte em Bangkok. Mas cuidado, muitos táxis se recusam a aceitar corrida com taxímetro. O jeito é antes de entrar no carro insistir pelo uso do aparelho ou então saber mais ou menos o preço da corrida, barganhando até este valor. No taxímetro, as corridas saem tão ou mais em conta que o Uber, que também funciona bem na cidade. Tuk-tuks são sempre a opção mais cara, mas barganhando bastante são também uma boa e divertida alternativa, valendo a pena se aventurar de vez em quanto!

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Metrô só sai em conta se for para apenas 1 pessoa, ou para distâncias grandes. Outra alternativa que se interliga ao metrô é o skytrain, um trem aberto que circula da região de Siam, permitindo uma vista panorâmica da cidade. É interessante nem que seja para apreciar este visual.

Além do Rio Chao Phraya, Bangkok possui muitos canais, o que torna conveniente o uso do taxiboat, melhor maneira de ir para old town se você estiver hospedado fora dela.

Andar à pé também é uma ótima opção para conhecer a cidade, sobretudo em curtas distâncias. Neste caso, uma mão na roda para toda viagem é o aplicativo maps.me, que permite localização por GPS, mesmo sem internet, bastando baixar previamente o mapa do local desejado.

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Bom giro! 🙂
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