durante a pandemia, apoiamos passeios de bicicleta individuais ou como quem você tem contato diário, respeitando as regras de segurança e usando máscara.
O Rio de Janeiro é um verdadeiro paraíso para ciclistas. Por aqui, nós podemos pedalar à beira-mar, driblar o trânsito pesado ou se refugiar na floresta, fazendo uma pedalada de montanha e tomando banho de cachoeira.
Mas apesar de ser tida como uma cidade bikefriendly, nós ainda passamos por poucas e boas por aqui, tentando conscientizar motoristas do nosso lugar no trânsito e do nosso 1,5m de distância. Ainda rola muito desrespeito e assédio, principalmente para nós, mulheres. Mas acreditamos que estar sob duas rodas é locomoção, diversão e ato político.
Por conta disso, selecionamos 10 dos nosso roteiros preferidos para pedalar no Rio de Janeiro, nos preocupando em contemplar vários tipos de ciclistas e dividindo em duas matérias. Nesta aqui, nós falamos de pedais de nível médio à avançado, pra quem quer pedalar de forma mais desafiadora ou como esporte.
Se você procura um pedal de passeio, em ciclovias e vias de velocidade baixa, acesse esta outra matéria: 5 trajetos leves para explorar o Rio de Janeiro de bicicleta
Para saber de todas as dicas práticas, desde onde alugar bicicleta, clubes de pedal e dicas de segurança, leia: Guia da bicicleta no Rio de Janeiro: tudo que você precisa saber para pedalar na cidade
Conheça o Rio de Janeiro no pedal com a gente reservando nossa experiência do Airbnb!
Roteiros nesta matéria de pedais médios/pesados: do Leme ao Pontal | Alto da Boa Vista e Parque Nacional da Tijuca | Paineiras, Mirante Dona Marta e Cristo | de Japeri à Arcádia | Niterói e Região Oceânica
Pedais médios e pesados
Pra quem recomendamos: de preferência se você pratica exercícios físicos e tem mais experiência pedalando. Alguns trajetos não são difíceis, mas precisam ter resistência por serem longos. O foco de fato é a pedalada!
Tipo de bicicleta: recomendamos bikes mais leves e, em alguns casos, com marcha, porque alguns roteiros são de subida. Prevenir é sempre melhor: leve câmara extra e equipamento básico para remendos, sobretudo se for fazer o trecho da Reserva.
Tipo de trajeto: não tem ciclovia em todas as partes, são vias compartilhadas com carros, recomendável pra quem tem mais experiência com pedalada no trânsito.
Roteiro 1: Do Leme ao Pontal (38km, só ida) ou até a Prainha (41,5km, só ida)
Como já dizia Tim Maia, não há nada igual. Rolé mais completo pela orla do Rio, passando por quase todas as praias da cidade, Leme, Copacabana, Arpoador, Ipanema, Leblon, subindo a Niemeyer, chegando até São Conrado, onde continuamos pela ciclovia suspensa sobre o mar pelo Joá, Barra, Reserva, Recreio (Pontal), Macumba, CCB até a Prainha, dando um total de 83km, ida e volta. Na minha opinião, pra quem curte pedalar é o passeio mais bonito que tem.
Devido a um acidente, a ciclovia encontra-se temporariamente interditada em um trecho de cerca de 1,5km na Niemeyer, por isso, saia da ciclovia na altura do Hotel Sheraton e mantenha-se no canto direito da pista, por onde é possível seguir até São Conrado.
Se você gostar de montanha, quando chegar em São Conrado, dá pra fazer esse passeio subindo pelo Joá e parando na Praia do Joá, a Joatinga.
No início da Praia da Barra, vale a pena dar uma parada no píer Quebra Mar. Se a fome bater, tem a rua Olegário Maciel pertinho, com vários restaurantes, como o Org Bistrô, que gostamos bastante. Aos domingos, rola feira com pastel e caldo de cana na Praça do Ó. Ali também fica a Praia do Pepê, ponto de windsurf, na altura do Posto 2.
Na divisa entre Praia da Barra e do Recreio fica a Reserva, bem mais vazia. O Pontal pode ser visto pela Pedra que divide duas faixas de areia. O final dela, é a Praia da Macumba e Secreto.
Se quiser estender o passeio, aguente firme e prepare as pernas para a última subida até a Prainha, uma das praias mais lindas do Rio. Ainda dá pra continuar para Grumari e subir a montanha até Guaratiba, mas lembre que é um pedal puxado e que ainda tem a volta. É bom saber, que nos finais de semana a bicicleta pode ser colocada no último vagão do Metrô Rio, mas ainda sim é chão!
Onde comer: Natural do Recreio e Bar e Restaurante Mirante da Prainha
Veja as melhores atrações da região aqui:
Rio de janeiro sem clichê: explorando do Pontal a Guaratiba
Pontal, Recreio dos Bandeirantes, Zona Oeste do Rio de Janeiro Vista da Pedra do Pontal, Recreio dos Bandeirantes, Zona Oeste do Rio de Janeiro
Roteiro 2: Subida do Alto da Boa Vista e Parque Nacional da Tijuca
O pedal mais tradicional pra quem gosta de montanha, de preferência com uma bicicleta esportiva leve ou speed. É um trajeto lindo, dentro da floresta, com cachoeiras pelo caminho. Você pode começar e terminar por diversos lugares, como a Usina, Paineiras (Rua Alice – falamos mais no roteiro 8), Jardim Botânico e Estrada das Canoas (o mais puxado). Por exemplo, dá pra começar pelo Jardim Botânico e cair na Barra, ou começar pela Usina, na Tijuca, subindo o alto e descendo pelo Jardim Botânico. O trajeto depende da sua disposição!
Alguns lugares legais de visitar:
Lado da Usina e Parque Nacional da Tijuca
A subida até o Alto da Boa Vista, pela Usina, é um pouco desafiadora pela pista estreita, mas a inclinação é bem de boas. Depois, no parque, é só alegria, porque a entrada de carros está proibida (os ciclistas agradecem).
Na entrada, tem um senhorzinho que vende salgados, água de coco e laricas pra dar um gás no início da subida. Já dentro do parque, vale a pena parar na Cascatinha Tunnay, Lago das Fadas, Vale Encantado, Museu do Açude, Paredão do 2000, pra admirar a escalada, onde fica uma caverna linda, ao lado.
Lá fora, no Alto, tem o Postinho do Alto, um posto de gasolina Shell, ponto oficial de reabastecimento dos bikeros de plantão. De lá, você pode seguir para o Cristo, Vista Chinesa ou Estrada das Canoas.
Onde comer: na subida da Usina, há o templo Hare Krishna Sri Gauravani Matha e eles oferecem almoços vegetarianos aos domingos, além de meditações e outras atividades. Dentro do parque tem o Restaurante os Esquilos, mas é bem lá em cima. Lembrando que dentro do parque, há várias fontes de água potável para reabastecer a garrafinha.
Lado do Jardim Botânico – Vista Chinesa
A subida mais famosa do Rio é também a mais difícil por conta da sua inclinação de 9%. Apesar da sofrência pra subir, quando você faz a última curva e se depara com o visual da Vista Chinesa, todo o esforço vale a pena. No caminho, você vai passar pela cachoeira do Horto, Jequitibá e da Imperatriz, mas eu aconselho se banhar na descida, pra não perder o embalo. Além disso, subindo mais um pouquinho, se o fôlego deixar, você chega na Mesa do Imperador. Se você continuar nesse caminho, vai dar no Alto da Boa Vista.
Lado de São Conrado/Estrada das Canoas
Subir e descer por aqui é mais puxado, porque a estrada é bem íngrime e os carros passam com mais velocidade. Você vai passar pela entrada da trilha da Pedra Bonita e pode aproveitar e ver os voos de asa delta na pista, que fica ao lado. Ao final da estrada, você chega no Alto da Boa Vista.
Esse roteiro pode ser combinado com o roteiro 6 e 8.
A quilometragem vai depender muito de qual trajeto você vai escolher, mas é essencial que você tenha uma bike mais leve, de marcha, para pedalar nesse roteiro. Conheço pessoas que já fizeram de fixa, mas é um tanto quanto desafiador, por ter muita subida.
Dá pra fazer uma versão mais leve se você ficar só pela Usina e o início do Parque Nacional da Tijuca, curtindo a natureza da Mata Atlântica.
Obrigada ao amigo Diogo Hernandes que vive subindo a floresta e nos deu as melhores dicas e fotos desse roteiro <3
Pedalando na Floresta da Tijuca. Foto: @hernandes_di Foto: @hernandes_di Foto: @hernandes_di
Roteiro 3: Paineiras – Rua Alice e Mirante Dona Marta (7,6km, só ida) ou até o Cristo (9,4km, só ida)
Esse é um trajeto bom para quem está começando com as subidas, porque é curtinho e tem uma vista que compensa o esforço. Você pode subir pela Rua Alice, em Laranjeiras, Almirante Alexandrino, em Santa Teresa e seguir pela Estrada das Paineiras até o Mirante Dona Marta. Ou, pra quem quer continuar, seguir até o Cristo Redentor, no sentido contrário da Estrada das Paineiras, onde ficam algumas boas duchas para se molhar!
Você pode combinar esse roteiro com o roteiro 6, indo para a Vista Chinesa e descendo pelo Jardim Botânico; ou o roteiro 8, descendo pelas Canoas até São Conrado e voltando pela Niemeyer.
Cuidado com os trilhos de Santa Teresa, eles são famosos por quedas monumentais.
Outra dica é aproveitar para conhecer Santa Teresa ou entrar no Cristo Redentor. Saiba mais:
O que fazer no Rio: conheça Santa Teresa
Saiba como comprar ingressos e visitar o Cristo Redentor, no RJ
Foto: @zdezuliana Juli e Tiago no heliponto do Mirante Dona Marta. Foto: @zdezuliana
Foto: @zdezuliana Foto: @zdezuliana @zdezuliana subindo as Paineiras.
Roteiro 4: um gostinho de estrada – de Japeri até Arcádia (4h de trem + 50km ida e volta)
Parece loucura, mas não é! Fazer esse roteiro foi muito delícia e deu um gostinho de estrada, pra sair um pouco do cenário urbano das pedaladas no Rio.
Você vai levar um dia inteiro, pegando o trem ramal Japeri, na Central do Brasil, bem cedinho, de preferência às 7h. São duas horas de viagem até a estrada RJ-125, em Japeri, , que é toda arborizada, passando por sítios e cidadezinhas. Os carros passam rápido, mas a estrada tem um limite de velocidade um pouco mais baixo, o que deixa a pedalada mais segura.
São 25km de extensão, levando até Arcádia, que parece, literalmente, o fim da estrada, já que termina com uma padaria com o mesmo nome. É lá que nós recarregamos as energias com 1 litro de suco de laranja e pão na chapa. Só que, na verdade, a estrada não para por ai, e quem quiser, pode continuar até Miguel Pereira e curtir uma noite na serra. Mas, lembre-se, é uma subidinha íngreme de mais 14km.
Pelo caminho, faça uma parada na Cachoeira de Santa Branca, uma queda d’água pequena, mas boa pra refrescar. Eu recomendo ir na volta, pra não perder o pique da subidinha que tem na reta final de Arcádia.
Ali também fica Conrado, que parece uma cidade cenográfica. Há alguns restaurantes gostosos por lá, mas lembre-se de salvar energia para a volta!
Veja aqui os horários dos trens.
Recomendamos que esse roteiro seja feito em grupo e por quem já tem alguma experiência com trânsito, porque o pedal é todo pela estrada, junto com carros, ônibus e caminhões.
Eu fiz esse rolé de bicicleta fixa e foi bem tranquilo. O único pedaço que tem uma subida maior é o finalzinho da estrada até Arcádia.
Chegada feliz e cansada em Arcádia Estacionamento de bikes na cachoeira de Conrado Bikes amontoadas no trem de Japeri Estrada entre Japeri e Arcádia
Roteiro 5: das barcas até a Região Oceânica de Niterói (40min de barca + 40km ida e volta)
Cruzando a Baía de Guanabara, em 20 minutos você chega em Niterói, que tem umas praias bem bonitas e gostosas para passar o dia. Você pode ir pela orla pegando a Orla do Gragoatá (rua Coronel Tamarindo), passando pelo MAC – Museu de Arte Contemporânea, pedalando na ciclovia de Icaraí, seguindo pela Estrada Leopoldo Fróes, para chegar a Praia de São Francisco. De lá, cruze o túnel Charitas-Cafubá, que você chega na Região Oceânica de Niterói.
Por ali há várias praias, com o caminho todo plano: Piratininga, Camboinhas, Itaipu e Itacoatiara. Eu recomendo seguir direto pra Itacoatiara ou ir à Praia do Sossego, mas você precisa subir uma ladeirinha e descer uma trilha para chegar até lá.
Em São Francisco, você pode ver o pôr do sol no Parque da Cidade, mas a ladeira até lá é sinistra, tem que empurrar a magrela pra subir.
Na praia de Itacoatiara você pode fazer a trilha do Costão e ter uma vista ainda mais bonita. Essa trilha exige um pouquinho de preparo, por ter partes íngremes, mas é curta, com cerca de 30 minutos.
Em Itaipu você pode fazer a trilha do Morro das Andorinhas, que é rapidinha, cerca de 30 minutos de subida.
Onde comer: Puro Suco em São Francisco ou Itacoatiara (prove o joelho/italiano de berinjela e o açaí com cupuaçu), cervejas artesanais na Noi (olha a Lei Seca!), frutos do mar no Restaurante Seu Antônio.
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Fiz todos os roteiros. Mas tenho uma observação. No caso de Arcádia, eu adorei e o trajeto é lindo. Mas, a estrada é pra quem já está habituado. Os carros passam em alta velocidade e não devagar como vc disse. Tirando isso, estão todos aprovados. Abraço.
Oi Fracelly! Você tem razão, vou ajustar na matéria. Eu quis dizer que eles passam mais devagar do que as outras estradas, porque a velocidade máxima é de 60-80km/h se eu não me engano. Mas ficou parecendo que os carros passam devagar mesmo. Obrigada pelo toque 🙂 Boas pedaladas!!!
Oi, Gabriela! Vc tem dicas de mais percursos aqui dentro do Rio? Algo acima de 30k. Moro na zona norte e fico limitado. Fique na paz.
Oi! Pra ser sincera, as únicas recomendações com propriedade que eu posso te dar são subir o Alto da Boa Vista pela Tijuca/Usina ou pedalar até as barcas, na Praça XV, e ir pra Região Oceânica de Niterói. Mas eu faço parte de alguns grupos de bicicleta que têm pessoas que moram em diferentes bairros do Rio, tenho alguns amigos que pedalam e moram na Zona Norte. Se você quiser eu posso te incluir e você consegue perguntar pra eles, a galera é bem gente boa! O que você acha? Ai eles podem te dizer de mais trajetos que eu não conheço tão bem!
Tô começando e gostei muito das dicas, mas ainda fico bem perdido. Tem algum grupo que aceite iniciantes pra começar a pegar o jeito?
Oi Felipe! Tem sim! Eu falo desses grupos nessa outra matéria:
https://bloggiramundo.com/2016/10/17/conhecendo-o-rio-de-bike/
O grupo do Night Ride não está fazendo pedais coletivos, mas é um bom lugar pra participar se você quer tirar dúvidas de bicicleta, etc. O link do grupo do whatsapp tá na matéria!
Tem o BikeClubZS também. Eles têm feito pedais em grupo e tem gente de todos os níveis. Apesar de se chamar “Zona Sul”, eles fazem pedais para outros lugares da cidade. Eu preciso do seu telefone pra te adicionar nesse grupo, não tem um link de whatsapp para te mandar. Ai, se você quiser entrar, me avisa. Pode mandar seu número por aqui que eu não aceito o comentário, pra não ficar exposto na internet.
Fico feliz que tem, cada vez mais, pessoas se interessando pelo ciclismo, bem vindo!
Ah, o Instagram do BikeClubZS tá aqui! Não precisa me passar seu número, é só entrar em contato com eles 🙂
https://www.instagram.com/bikeclubzs/