Viajar para o Amazonas é estar em contato com uma natureza exuberante. Manaus, a capital do estado, é o ponto de partida para muitos roteiros, principalmente para os hotéis de selva. Quem reserva alguns dias para conhecer a cidade, visita lugares históricos e pode ter um gostinho da floresta fazendo o tour pelo Rio Negro, que leva ao Encontro das Águas, comunidades flutuantes, interação com botos, comunidades indígenas, almoço no restaurante flutuante e um lago de vitórias régias.
Este passeio é oferecido por muitas agências, a oferta é enorme, com preços que variam de R$130 a R$350 por pessoa. Porém, é preciso ter certos cuidados na hora de reservar para aproveitar ao máximo o tour. Eu e a Ursulla temos experiências com dois guias, que foram para os mesmos lugares, mas de formas diferentes. Veja qual foi a diferença entre os dois.
Por que os preços são tão diferentes para um mesmo roteiro
Foi uma dúvida que me intrigou quando eu fui reservar o passeio. Eu tinha indicação de guias com preços muito diferentes e, como estava com pouco dinheiro, resolvi fazer o mais barato. Os passeios mais caros, costumam ser mais exclusivos, com lanchas rápidas que cabem, no máximo, seis pessoas. Os mais baratos, são de barcos de 40-50 pessoas.
Além disso, o fator mais importante é que alguns desses guias precisam colocar os preços mais altos para pagar uma taxa justa aos ribeirinhos e indígenas, favorecendo o turismo local. Mesmo que o seu passeio não seja dos mais caros, certifique-se que os guias tenham essa preocupação.
O tour
Os barcos saem pela manhã (8, 9hrs) no Terminal Hidroviário do Amazonas, uma região histórica da cidade onde fica o Mercado Municipal. Não deixe de observar o quadro com o nível que a água chega na época de cheia a cada ano, é bem interessante.
A primeira parada já impressiona: o Encontro das Águas do Rio Negro (água preta) e Rio Solimões (água barrenta). É incrível observar como as águas não se misturam, graças às diferenças de temperatura, velocidade e densidade. Fique atento, porque é muito comum ver botos e tucuxis neste local, que também é abundante em peixes e outros animais <3. O mergulho é proibido, tanto por conta da biodiversidade, quanto pelas correntes dos rios, que são extremamente perigosas.
O próximo destino é em uma comunidade ribeirinha, que vive em casas flutuantes. No meu caso, paramos em um galpão flutuante que vendia artesanatos indígenas, tinha pesca de pirarucu e foto com animais.
Infelizmente, essa parada não foi tão boa quanto a anterior. Os ribeirinhos não são fiscalizados e, por conta disso, não dão o tratamento adequado aos animais. Os turistas também não colaboram, pegando nas preguiças e cobras no colo como se fossem objetos exóticos que servem para embelezar as fotos de viagem. Nós do Gira Mundo não apoiamos desse tipo de turismo, que não é nem um pouco sustentável e prejudica a biodiversidade local. No caso do passeio da Ursulla, havia essa parada, mas com bem menos pessoas e os animais ficavam soltos na natureza. Veja as fotos abaixo:
Em seguida fomos almoçar no restaurante flutuante. A qualidade da comida depende do seu tour, já que cada barco escolhe em qual estabelecimento vai levar os turistas. Tem alguns deliciosos e outros que não são tão bons – vale a pena conferir com o guia. O cardápio costuma ser de peixes locais, como pirarucu e tambaqui, que são deliciosos!
Logo depois, seguimos por mais 1h de barco até o interação com botos. Esta parte do passeio foi especial. Os turistas colocam meias para não machucar o animais e entram em uma passarela submersa no rio junto com o tratador, que é responsável pela alimentação. A cada vez, é permitido um grupo de, no máximo, 15 pessoas. Os botos são extremamente dóceis e brincalhões. Eles passam por nossas pernas embaixo da água escura do rio dando um susto!
Esta parte do passeio é muito mais regulamentada. Agora há uma quantidade máxima de alimento dado aos animais e somente uma pessoa autorizada e treinada pode dar os peixes para os botos. Não esqueça de se certificar que o roteiro vai para projetos autorizados por órgãos ambientais!
O recomendado é não falar alto para não assustar os botos e não pegar na cabeça deles, já que é onde fica sua respiração. Porém, infelizmente, no meu passeio essas medidas não eram muito respeitadas. No tour da Ursulla, havia bem menos gente e essas regras eram seguidas com mais rigidez.
Por último, fomos a aldeia indígena, que na verdade não é uma aldeia real, e sim um espetáculo de demonstração de danças de integrantes de uma tribo de São Miguel da Cachoeira, uma cidade que fica na fronteira com a Colômbia e tem vários povos indígenas.
É claro que a cultura indígena não se resume a essa apresentação, mas é interessante observar as danças praticadas pela tribo e valorizar essa transmissão de memória viva. No local também há venda de artesanato.
O Rio Negro muda de aparência de acordo com a época da cheia ou da seca, o que também altera o roteiro do passeio. Quando o rio está cheio (entre março a agosto), é possível observar as árvores inundadas que formam os igapós. A paisagem impressiona. Outra atração desta época é o lago de vitórias régias, que são plantas aquáticas gigantes.
Importante!
Esse passeio é muito lindo, mesmo! Recomendo para todas as pessoas que vão visitar Manaus. Porém, quando se viaja para lugares de natureza é importante sempre garantir que as agências de turismo e guias contratados fazem os passeios sem agredir o meio ambiente e estimulando o turismo comunitário. Certifique-se que os guias têm cadastro e evite barcos que levam muitas pessoas. Às vezes o barato pode sair caro!
Guia
Nossa indicação é o guia Pedro Neto, da Amazon Eco Adventures:
Ele cobra cerca de R$350 por pessoa para fazer esse passeio em uma lancha de até 7 pessoas. Também há outras opções de tour, como para Presidente Figueiredo e estadia em um hotel de selva.
Para entrar em contato, acesse: http://www.amazonecoadventures.com/
*fotos minhas, da Ursa e do Gabriel de Faro
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