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Manaus: dicas para aproveitar o Tour pelo Rio Negro sem cair em furada

por Gabriela Mendes

Viajar para o Amazonas é estar em contato com uma natureza exuberante. Manaus, a capital do estado, é o ponto de partida para muitos roteiros, principalmente para os hotéis de selva. Quem reserva alguns dias para conhecer a cidade, visita lugares históricos e pode ter um gostinho da floresta fazendo o tour pelo Rio Negro, que leva ao Encontro das Águas, comunidades flutuantes, interação com botos, comunidades indígenas, almoço no restaurante flutuante e um lago de vitórias régias.

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Indiozinho brincando na aldeia indígena depois da apresentação de danças

Este passeio é oferecido por muitas agências, a oferta é enorme, com preços que variam de R$130 a R$350 por pessoa. Porém, é preciso ter certos cuidados na hora de reservar para aproveitar ao máximo o tour. Eu e a Ursulla temos experiências com dois guias, que foram para os mesmos lugares, mas de formas diferentes. Veja qual foi a diferença entre os dois.

Por que os preços são tão diferentes para um mesmo roteiro

Foi uma dúvida que me intrigou quando eu fui reservar o passeio. Eu tinha indicação de guias com preços muito diferentes e, como estava com pouco dinheiro, resolvi fazer o mais barato. Os passeios mais caros, costumam ser mais exclusivos, com lanchas rápidas que cabem, no máximo, seis pessoas. Os mais baratos, são de barcos de 40-50 pessoas.

Além disso, o fator mais importante é que alguns desses guias precisam colocar os preços mais altos para pagar uma taxa justa aos ribeirinhos e indígenas, favorecendo o turismo local. Mesmo que o seu passeio não seja dos mais caros, certifique-se que os guias tenham essa preocupação. 

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O tour

Os barcos saem pela manhã (8, 9hrs) no Terminal Hidroviário do Amazonas, uma região histórica da cidade onde fica o Mercado Municipal. Não deixe de observar o quadro com o nível que a água chega na época de cheia a cada ano, é bem interessante.

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Pegamos um baita de um temporal no início do passeio, o que é muito comum no Amazonas, principalmente nos meses de novembro a fevereiro

A primeira parada já impressiona: o Encontro das Águas do Rio Negro (água preta) e Rio Solimões (água barrenta). É incrível observar como as águas não se misturam, graças às diferenças de temperatura, velocidade e densidade. Fique atento, porque é muito comum ver botos e tucuxis neste local, que também é abundante em peixes e outros animais <3. O mergulho é proibido, tanto por conta da biodiversidade, quanto pelas correntes dos rios, que são extremamente perigosas.

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O próximo destino é em uma comunidade ribeirinha, que vive em casas flutuantes. No meu caso, paramos em um galpão flutuante que vendia artesanatos indígenas, tinha pesca de pirarucu e foto com animais.

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Menino brincando com as canoas e tomando banho de chuva

Infelizmente, essa parada não foi tão boa quanto a anterior. Os ribeirinhos não são fiscalizados e, por conta disso, não dão o tratamento adequado aos animais. Os turistas também não colaboram, pegando nas preguiças e cobras no colo como se fossem objetos exóticos que servem para embelezar as fotos de viagem. Nós do Gira Mundo não apoiamos desse tipo de turismo, que não é nem um pouco sustentável e prejudica a biodiversidade local. No caso do passeio da Ursulla, havia essa parada, mas com bem menos pessoas e os animais ficavam soltos na natureza. Veja as fotos abaixo:

Em seguida fomos almoçar no restaurante flutuante. A qualidade da comida depende do seu tour, já que cada barco escolhe em qual estabelecimento vai levar os turistas. Tem alguns deliciosos e outros que não são tão bons – vale a pena conferir com o guia. O cardápio costuma ser de peixes locais, como pirarucu e tambaqui, que são deliciosos!

Logo depois, seguimos por mais 1h de barco até o interação com botos. Esta parte do passeio foi especial. Os turistas colocam meias para não machucar o animais e entram em uma passarela submersa no rio junto com o tratador, que é responsável pela alimentação. A cada vez, é permitido um grupo de, no máximo, 15 pessoas. Os botos são extremamente dóceis e brincalhões. Eles passam por nossas pernas embaixo da água escura do rio dando um susto!

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O grupo do passeio da Ursulla na interação com botos

Esta parte do passeio é muito mais regulamentada. Agora há uma quantidade máxima de alimento dado aos animais e somente uma pessoa autorizada e treinada pode dar os peixes para os botos. Não esqueça de se certificar que o roteiro vai para projetos autorizados por órgãos ambientais!

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O meu grupo na interação com botos – muito mais cheio!

O recomendado é não falar alto para não assustar os botos e não pegar na cabeça deles, já que é onde fica sua respiração. Porém, infelizmente, no meu passeio essas medidas não eram muito respeitadas. No tour da Ursulla, havia bem menos gente e essas regras eram seguidas com mais rigidez.

Por último, fomos a aldeia indígena, que na verdade não é uma aldeia real, e sim um espetáculo de demonstração de danças de integrantes de uma tribo de São Miguel da Cachoeira, uma cidade que fica na fronteira com a Colômbia e tem vários povos indígenas.

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É claro que a cultura indígena não se resume a essa apresentação, mas é interessante observar as danças praticadas pela tribo e valorizar essa transmissão de memória viva. No local também há venda de artesanato.

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O Rio Negro muda de aparência de acordo com a época da cheia ou da seca, o que também altera o roteiro do passeio. Quando o rio está cheio (entre março a agosto), é possível observar as árvores inundadas que formam os igapós. A paisagem impressiona. Outra atração desta época é o lago de vitórias régias, que são plantas aquáticas gigantes.

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Lago das vitórias-régias

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Árvores submersas na época da cheia

Importante!

Esse passeio é muito lindo, mesmo! Recomendo para todas as pessoas que vão visitar Manaus. Porém, quando se viaja para lugares de natureza é importante sempre garantir que as agências de turismo e guias contratados fazem os passeios sem agredir o meio ambiente e estimulando o turismo comunitário. Certifique-se que os guias têm cadastro e evite barcos que levam muitas pessoas. Às vezes o barato pode sair caro!

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Pôr-do-sol na ponte do Rio Negro

Guia

Nossa indicação é o guia Pedro Neto, da Amazon Eco Adventures:

Ele cobra cerca de R$350 por pessoa para fazer esse passeio em uma lancha de até 7 pessoas. Também há outras opções de tour, como para Presidente Figueiredo e estadia em um hotel de selva.

Para entrar em contato, acesse: http://www.amazonecoadventures.com/

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O pôr-do-sol da volta

*fotos minhas, da Ursa e do Gabriel de Faro

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2 Comentários

Guia de Manaus: passeios e informações para visitar a capital do Amazonas – Gira Mundo 13/03/2017 - 19:25

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Presidente Figueiredo: descubra as cachoeiras da Amazônia – Gira Mundo 03/05/2017 - 18:40

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