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Uma experiência no mercado Ver-o-Peso, em Belém

por Gabriela Mendes

➡ Esse post foi escrito pela Bibi e atualizado pela Ursa, em 2018. <3

É possível conhecer os sabores, cheiros e cores da Amazônia em um só lugar: o mercado Ver-O-Peso, em Belém do Pará. Assim que se chega é uma enorme confusão. Os corredores ficam repletos de pessoas que, no constante vai-e-vem, compram peixes, sementes, animais, comidas e até essências afrodisíacas feitas com produtos locais. Apesar de ser a maior feira livre da América Latina, o Ver-O-Peso é muito mais, é uma experiência cultural, imperdível para os turistas que visitam a capital paraense, sendo, talvez, a melhor atração da cidade.

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As folhas e flores do jambú, ingrediente fundamental de muitos pratos amazônicos

História do mercado Ver-O-Peso

No século XVII, o local funcionava como um posto de fiscalização da coroa portuguesa, com a Casa do Haver o Peso. O mercado mesmo só surgiu em 1947. Já o famoso prédio de ferro, que é o símbolo do local, foi construído em 1901. A estrutura azul metálica foi toda produzida em Londres e Nova York e transportada para o Brasil.
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Como foi a experiência

Eu cheguei e fui logo para a peixaria, que funciona a todo vapor na parte da manhã. É difícil saber quem oferece os melhores tambaquis, filhotes, pescadas, tucunarés e pirarucus – pechinchar faz parte do negócio. Alguns peixes têm texturas e padrões lindíssimos, parecem estampas.

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Saí pra continuar o passeio e senti logo um perfume – que vinha das barracas das famosas erveiras, como a Dona Coló, um verdadeiro patrimônio vivo paraense. Essas mulheres, que ocupam dezenas de barraquinhas, são peça importante da cultura local e vendem ervas e misturas de essências que fazem milagre, tiram gripe, curam ressaca e até trazem o amor da sua vida em apenas alguns dias!

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A erveira, Dona Coló, toda enfeitada na frente de sua barraquinha

No final de dezembro não faltam clientes para achar a mandinga ou a garrafinha perfeita e começar o ano com o pé direito: tem afasta piriguete, traz dinheiro, óleo da bota, viagra natural e muito mais. É lá também que se compra o famoso cheiro do Pará, o perfume de ervas tradicional do estado e o souvenir preferido dos turistas.

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As mandingas milagrosas do Ver-O-Peso

As fileiras de barracas são enormes e eles estão todas sinalizadas de acordo com o produto que vendem: farinha, frutos, ervas. Uma das fileiras imperdíveis é a do tucupi. O sumo amarelo, que é extraído da raiz da mandioca, é um ingrediente essencial da gastronomia amazônica. Com ele se faz pratos como o tacacá e o pato no tucupi. Para identificar, é só observar uma fileira de garrafas pet com um líquido amarelo.

Se você for para a beira do rio Guajará, vai poder observar como se extrai o tucupi da mandioca além de muitas pessoas descascando a mandioca para fazer a goma e muitos outros insumos para pratos com gosto de Brasil. Outra coisa muito interessante de se ver é a extração da castanha do Pará.

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Extraindo o tucupi da mandioca

Vale a pena também observar a parte dos camarões secos de todos os tamanho e tipos, que compõe contrastes entre seus laranjas, as deliciosas castanhas, farinhas, como a da tapioca, pimentas, frutas e até o artesanato local, que também é bem bonito.

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Feira do Açaí e recebimento do pescado

Quem não se importa de madrugar para conhecer atrações incríveis, não pode deixar de visitar a Feira do Açaí. Ela fica ao lado do Ver-O-Peso, no cais onde ficam as embarcações. Por volta de 3h da manhã os cestos de açaí chegam, recém colhidos das plantações da região. O melhor horário pra chegar por lá se você quer ver o açaí chegando é entre 4h e 6h. Aproveite e veja também o recebimento do pescado fresco para abastecer o Mercado do Peixe. É algo bonito de se ver.

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Outras dicas para cair no meio do pitiú

💡 O Ver-O-Peso fica aberto o dia inteiro, mas o melhor horário para visitá-lo é na parte da manhã, quando os produtos estão mais frescos e a peixaria está a todo vapor (essa parte funciona das 6h às 14h). Acabando a visita, aproveite para almoçar por lá e prove o melhor peixe frito com açaí da cidade no meio do pitiú – como diria Dona Onete, o termo local que designa o cheiro de peixe frito que fica embaixo do barracão do Ver-O-Peso.

💡 Além de peixe, podemos degustar sucos de todas as frutas amazônicas, trufas de cupuaçú e até mesmo uma Tijuca, a cerveja da região, para acompanhar.

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💡 Fique muito atento aos seus pertences, pois o local é famoso por ter batedores de carteira. Até os próprios vendedores fazem esse alerta aos turistas.

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Um dos corredores do Ver-o-Peso

Quer saber mais sobre o Pará? Dá uma olhada nessas matérias:

:star: Belém: as melhores atrações da capital paraense
:star: Ilha do Combu: arte + gastronomia + natureza
:star: Conheça a Floresta Nacional do Tapajós, no Pará
:star: Alter do Chão: nossas dicas do Caribe Amazônico

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7 Comentários

Belém: as melhores atrações da capital paraense – Gira Mundo 02/12/2016 - 15:29

[…] peixes fresquinhos e muita castanha do Pará. Visitar o local é uma verdadeira experiência, como eu contei aqui neste post. O melhor horário para visitar é de manhã […]

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Ilha do Combu: arte + gastronomia + natureza – Gira Mundo 02/12/2016 - 15:43

[…] Uma experiência no mercado Ver-o-Peso, em Belém […]

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Alter do Chão: nossas dicas do Caribe Amazônico – Gira Mundo 02/12/2016 - 15:44

[…] Uma experiência no mercado Ver-o-Peso, em Belém […]

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Onde provar a deliciosa gastronomia paraense em Belém – Gira Mundo 11/12/2016 - 13:50

[…] não ficará completa. As comidas típicas são uma grande atração, tanto para ser vista no Mercado Ver-o-Peso, quanto para ser saboreada em restaurantes ou barraquinhas de rua. Aliás, se tem um lugar no […]

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Explorando os sabores da Amazônia no Mercado Municipal de Manaus – Gira Mundo 27/01/2017 - 10:44

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Roteiro pelo Pará e Região Norte: Belém, Alter do Chão e muito mais – Gira Mundo 24/02/2018 - 17:28

[…] saber mais sobre o Ver-O-Peso e o que ver lá de uma olhada nesse post lindo feito pela […]

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Ilha do Combu: arte, gastronomia e natureza, ao lado de Belém do Pará | Gira Mundo – Dicas de Viagem e Roteiros Personalizados 11/10/2019 - 18:20

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