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Chapada dos Veadeiros: trilhas e passeios imperdíveis

por Ursulla Lodi
O lindíssimo Rei do Prata

Se tem um lugar que o coração apertou na hora de entrar no avião de volta pra casa foi a Chapada dos Veadeiros… Tanto é que tive que voltar recentemente para uma nova temporada por lá para buscar o pedacinho de mim que tinha ficado. Os quase vinte dias últimos, me perdendo pelos aguaceiros e campos floridos de chuveirinhos do Cerrado Brasileiro não foram ainda suficientes.

Se eu pudesse ficava uma vida todinha por lá, traçando trilhas tortas, me entranhando nesses Sertões, em busca de paz e de sei lá mais o que. Talvez da sensação de ficar no topo da última pedrinha do abismo. De sentir-se pequena, quando os cabelos e pele já viraram Cerrado, conectada com a natureza, mas questionando o porquê do mais importante não ser valorizado no sistema em que estamos inseridos – sobretudo quando a própria Chapada e seu bioma complexo são ameaçados pelo agronegócio destrutivista.

Mas trouxe na mochila muita dica boa que compartilho aqui no blog, para qualquer estilo de viagem! Se você, assim como eu ama viagens de natureza, vai se apaixonar pela Chapada. 🙂

Se prepara para andanças e cachoeiras lindíssimas que lá vamos nós!

Chapada dos Veadeiros, Almécegas I

Cachoeira da Almécegas I, na Fazenda São Bento

Primeiro, algumas informações úteis para a sua viagem:

Os atrativos vão muito além das fronteiras do Parque Nacional da Chapada dos Veadeiros, tendo trilhas que variam de 1km à 20km, sempre considerando ida e volta – para não mencionar os trekkings, caminhadas mais longas, de vários dias, para os trilheiros que não dispensam a imersão por completo.

Uma recomendação é intercalar um dia mais punk com um dia mais tranquilo, para poder aproveitar bastante!

Mas antes de saber tudo sobre os melhores atrativos da região se liga nesse post, com opções de hospedagem, dicas de onde comer, como se locomover e muito mais informações para se planejar: Chapada dos Veadeiros: tudo o que você precisa saber antes da sua viagem.

#SOSCerrado

Nossa proposta no blog é incentivar o turismo alternativo e consciente, portanto, acho fundamental abordar este tema: 

Criado em 1961, considerado patrimônio da humanidade da UNESCO, o Parque Nacional da Chapada dos Veadeiros, gerido pelo ICMBio, atualmente tem 65 mil hectaressendo um pequeno retalho do que um dia foi, em sua fundação. A redução ao longo dos tempos, motivada pela ganância da mineração, exploração hidrelétrica – em um dos locais com maior potencial para geração de energia solar do país – e expansão temerária das fronteiras agrícolas da soja no Centro-Oeste brasileiro, é uma ameaça. Sobretudo, se levarmos em conta que muitos latifúndios fronteiriços chegam a ter 80, 100 mil hectares de monocultura.

Araras, Parque Nacional da Chapada dos Veadeiros

O Cerrado tão belo e tão ameaçado: araras voando livre, dentro do Parque Nacional

O mais assustador é que esta destruição de um dos biomas mais antigos e mais ricos do mundo acontece de forma legal, ante a brecha criada pelo Novo Código Florestal Brasileiro, fomentando um cenário catastrófico, já que a vegetação e o solo do Cerrado são captadores de águas, abastecendo grande parte de nossas bacias hídricas, como a já muito abalada Bacia do Rio São Francisco.

Você pode até achar que isso é papo de ecologista, mas trata-se de fato de uma tragédia anunciada sobre o berço das águas. Por ser antigo e com árvores de crescimento muito lento, uma vez destruído, o Velho Sertão não pode ser mais restaurado em plenitude de biodiversidade. Perdoe-me a extensão sobre o tema, mas acho fundamental comunicar a dimensão do problema para aqueles que estão visitando a região. Não faz sentindo acabar nossa maior riqueza e potencial de geração de renda, nossos ecosistemas, em prol da concentração de renda e do imediatismo, que não alimenta e não emprega tanta gente quanto prega a bancada ruralista – mas apenas exporta ração para o gado chinês.

Portanto, algumas recomendações para os visitantes para o nosso impacto ser o menor possível:

💡Evite o uso de protetor solar, pois polui muito as águas. Existem algumas opções de marcas biodegradáveis, que são vendidas inclusive na lojinha de produtos naturais de São Jorge.

💡Não leve e não deixe nada. Não leve aquela pedrinha bonita, não deixe nenhum tipo de lixo, mesmo cascas de frutas estranhas ao ambiente. Papel higiênico na trilha, nem pensar. Ajude a preservar o ambiente em seu estado original. Lembre-se que você que é o elemento estranho ali!

💡 Não ande fora da trilha, evite o desmatamento e a erosão do solo.

💡Cachoeira é lugar de ouvir o barulho da água e relaxar em contato com a natureza: por favor, nada de caixa de som!

Chuveirinhos, Chapada dos Veadeiros

Os chuveirinhos, também conhecidos como flor do Cerrado, planta endêmica em extinção

💡 Para maiores informações recomendo muito ver o documentário Sertão Velho Cerrado e conhecer o trabalho da fundação Mais Cerrado, antes de explorar a região. 

O que você não pode deixar de ver:

As melhores trilhas, nas proximidades de Alto Paraíso

Cachoeiras da Fazenda São Bento

No interior da propriedade ficam três cachoeiras bem bonitas: Almécegas I, Almécegas II e a São Bento. A trilha é super tranquila, ideal para intercalar depois de um dia mais pesado de caminhada, mas também, devido ao fácil acesso, costumam ficar cheias, sobretudo na temporada.

Almécegas I, Chapada dos Veadeiros

O paredão da Almécegas I, com suas piscinas naturais no topo

O destaque fica para a lindíssima Almécegas I, com um grande paredão de 45 metros, em que, dependendo da estação, é possível fazer rappel. No canto direito, para os amantes de escalada, alguns blocos para bouldering. No entanto, não deixe de conhecer as outras quedas –  a Almécegas II, que tem dois jumps bem divertidos, e a São Bento, com um poção bem gostoso para nadar.

Como chegar: A Fazenda fica na GO-239, que liga Alto Paraíso à São Jorge. Vindo de Alto Paraíso são 8km até a entrada, no lado esquerdo, mas não é muito longe também se estiver em São Jorge.
Taxa de acesso: R$40 para as três cachoeiras, ou R$15, apenas para a São Bento.

💡 Não é necessário guia para conhecer as cachoeiras da Fazenda São Bento.

💡 Não deixe de ir nas piscinas naturais no topo da Almécegas I, para contemplar o visual do Morro da Baleia.

Loquinhas 

Na verdade são 7 pequenas quedas d’água de cor verde esmeralda nos arredores de Alto Paraíso, cuja principal é a Loquinhas. O caminho de acesso é curto e muito fácil, 1km por passarelas de madeira, o que torna o passeio ideal para crianças ou pessoas com maior dificuldade de locomoção. Continuando pela Trilha Violeta por mais 2,4km, existem mais 6 poços verdinhos.

Como chegar: 3km do centrinho de Alto Paraíso por estrada de terra a partir da Rua do Segredo.
Taxa de acesso: R$20.

💡 Para este passeio não é preciso guia. Infelizmente não tive tempo de ir nesta viagem, mas com certeza voltarei na próxima.

Sertão Zen

Passeio de dia inteiro, bastante puxado, mas que para mim foi um dos mais inesquecíveis. Andamos por 18km entre campos floridos, pequenos morros, passando por diferentes ecossistemas do Cerrado, com muitas plantas endêmicas.

O mais bonito é o visual da caminhada, que apesar de ter algumas paradas para entrar no rio, não tem banho em nenhuma grande cachoeira. No final, a recompensa é a vista da Cabeceira do Macaco, no mirante da Cachoeira do Sertão Zen, ficando a beira de um grande abismo. Recomendo muitíssimo, por ser uma das poucas trilhas que você não cruzará com quase ninguém no caminho, podendo ter um contato com o ambiente natural bem autêntico.

Como chegar: saindo de Alto Paraíso, o acesso se dá pela Estada do Morrão, quilômetro 4.
Taxa de acesso: quando fui, em minha primeira viagem, em 2015, não havia cobrança de taxa.

💡Não se aventure a fazer esta trilha sem guia, sobretudo por ser pouco explorada pelos turistas e de acesso complicado.

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Campos floridos do Sertão Zen. A época da floração na região é em abril e maio.

Catarata dos Couros

Acho que esta é minha cachoeira favorita de todas, justamente pelo impacto e contemplação da força da mãe natureza. Trata-se de um passeio de dia inteiro, descendo o Rio dos Couros em um trilha de cerca de 2 quilômetros, parando em diferentes poços, até chegar a queda principal, que mais parece um altar.

Couros, Chapada dos Veadeiros

Cânions do Rio dos Couros

Durante a estação chuvosa, a força d’água é tão grande nos Couros que mal podemos entrar nesta parte, mesmo assim é deslumbrante ver o poder e a energia do lugar. Já na seca, o poço fica super agradável para relaxar nas pedras, ler um livro, lanchar, curtir com os amigos, entre um jump e outro.

Como chegar:  Saindo de Alto Paraíso sentido BSB são 18km de asfalto sentido São João da Aliança e outros 35km de estrada de terra, onde a entrada é à direita, logo depois da entrada dos Macaquinhos. Taxa de acesso: Não é cobrada taxa para visitação, sendo voluntária a contribuição no estacionamento para os seguranças.

💡 Não é necessário guia, porém atenção na estrada de terra, que não é muito  bem sinalizada. Se está indo em época de chuvas é recomendado pegar esta estrada apenas em 4/4.

💡 Não deixe de ir até a beirinha do cânion, no final da último poço. Se fosse no exterior com certeza a dimensão da beleza deste lugar seria conhecimento internacional… Que bom que estamos no Brasil e este fica sendo um segredo nosso!

💡 É bom saber que existem muitos trekkings de vários dias descendo o Rio dos Couros. Se tem interesse fala com a Patrícia, uma guia incrível cujo contato está no fim do post.

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É muita água. Para lavar qualquer alma!

Cachoeira Anjos e Arcanjos

Localizada no Parque Solarion, no povoado do Moinho, as cachoeiras são formadas pela queda do Rio Pretinho, com um bonito poço e uma volumosa queda, sobretudo na época de chuvas.

Como chegar: Saindo de Alto Paraíso são 12km em estrada de terra, sentido Moinho.
Taxa de acesso: R$10.

💡 A trilha é moderada e não exige guia, sendo uma boa opção para um dia mais tranquilo.

Macaquinhos

O Rio Macaquinhos forma um conjunto de 11 quedas d’água com poços bem claros, incríveis, mesmo na seca. A trilha tranquila, de menos de 3 quilômetros no total,  é marcada por resquícios históricos dos bandeirantes que passaram pelo local no século XVII ao XIX. O destaque são as quedas finais, como a Cachoeira do Jump e a da Grutaapesar de ser uma delícia ir parando de poço em poço! A propriedade conta com estrutura de camping e restaurante.

Macaquinhos, Chapada dos Veadeiros

Arco íris, em uma das 11 quedas dos Macaquinhos!

Como chegar: Partindo de Alto Paraíso, sentido São João da Aliança, são 15km de asfalto mais 28km de estrada de terra.
Taxa de acesso: R$30.

💡Este passeio também não precisa de guia.

💡Na época de chuvas é bom dar uma checada antes nas condições da estrada, para saber se está tranquilo o acesso, sem 4/4.

As melhores trilhas, nas proximidades de São Jorge

Trilhas do Parque Nacional da Chapada dos Veadeiros, em São Jorge

O Parque Nacional da Chapada dos Veadeiros abrigo do Rio Preto, que fica na Vila deSão Jorge, é super bem cuidado, com quatro trilhas muito bem sinalizadas, detalhadas abaixo em ordem de dificuldade:

Seriema: 

Extensão: 800 metros | Duração estimada: 1:30h | Sinalização: setas azuis | Dificuldade: muito leve. Esta trilha bem tranquila leva até o Córrego da Rodoviarinha. Ideal para crianças ou pessoas com maior dificuldade de locomoção.

💡Com água apenas na estação de chuva!

Cânions e Carioca: 

Cânions, Parque Nacional Chapada dos Veadeiros

Os Cânions do Parque, com muita água no final da estação chuvosa

Extensão: 11 km | Duração estimada: de 4 a 6 horas, dependendo da quantidade de tempo que o visitante ficar nos atrativos | Sinalização: setas vermelhas | Dificuldade: leve. Na época de secas pode ser considerada mais complica em virtude da exposição ao sol. Além das paisagens belíssimas do parque, o destaque fica para a Cachoeira da Carioca, com uma queda d’água bem gostosa.

Saltos do Rio Preto

Parque Nacional, Chapada dos Veadeiros, Saltos do Rio Preto

Os saltos de 120m do Rio Preto, a trilha mais bonita do Parque Nacional

Extensão: 10 km | Duração estimada: de 4 a 6 horas, dependendo da quantidade de tempo que o visitante ficar nos atrativos | Sinalização: setas amarelas | Dificuldade: moderada. Na época de secas pode ser considerada mais complica em virtude da exposição ao sol. Para mim o atrativo mais bonito do Parque, com destaque para o Mirante dos Saltos de 120 metros e depois de 800 metros de trilha, o belíssimo Salto de 80 metros, onde é possível tomar banho. No percurso, podemos ver um dos antigos garimpos de quartzo rosa da região, que funcionava antes da fundação do Parque.

💡Na pequena área da queda d’água de 80 metros, à direita, fica uma caverna bem gostosa com sombra e um pouco de isolamento para curtir o dia com paz.

Travessia das 7 quedas: 

Extensão: 24 km | Duração estimada: de 2 a 3 dias, podendo incluir 1 ou 2 pernoites, dependendo da quantidade de tempo que o visitante ficar nos atrativos | Sinalização: setas laranjas | Dificuldade: muito pesada | Capacidade: 30 visitantes por noite. Passando por alguns dos cenários mais bonitos da Chapada e muitos campos floridos de chuveirinhos. Não inclui translado de volta para as vilas.

💡 O trekking das 7 quedas funciona apenas na estação seca, devendo ser agendado previamente no site do Parque.

A entrada para o Parque é gratuita, porém  há um limite de visitantes diário. Se estiver indo em feriados, datas festivas ou durante a temporada, atente para isto e programe-se para chegar cedo, para não correr o risco de dar de cara na porta. De qualquer maneira, vale a pena começar o dia um pouquinho antes, já que os visitantes tem que estar de volta na portaria antes das 17 horas.

💡 Se estiver sem carro em São Jorge, é bom saber que este é um dos poucos passeios que dá para chegar sem carro, já que a entrada do Parque fica bem próximo ao centro da Vila. Mas estando de carro, há estacionamento por R$15, que pode ser um bom investimento para não ter que voltar no sol, depois de um dia de caminhada.

💡 As trilhas não precisam de guia, basta seguir a sinalização e levar bastante água.

Vale da Lua

Como o nome diz, as formações rochosas parecem com as crateras lunares, mas talvez seja ainda mais bonito que a própria Lua! O banho são nestas falhas abauladas, que formam pequenos poços de águas cristalinas. A caminhada é leve, são cerca de 800 metros, mas não é permitido usar chinelos e nem mergulhar em lugares proibidos, pois a correnteza pode ser perigosa.

Como chegar: 6km de São Jorge na direção de Alto Paraíso, há placas de sinalização na estrada.
Taxa de acesso:
R$20.
Horário de funcionamento:
8h às 17h.

💡Não precisa de guia. O passeio dura apenas algumas horas, podendo ser combinado com outro atrativo, como as Cachoeiras da Fazenda Volta da Serra.

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As crateras do Vale da Lua

Cachoeira do Segredo

Se prepare para molhar os pés! O circuito completo são 16 km de caminhada cruzando mais de 10 córregos, ao longo do Rio São Miguel. Já que não tem escapatória, o melhor é não ter frescura para colocar a bota dentro do rio.  A recompensa são os 110m da linda Cachoeira do Segredo que dependendo da época do ano fica tão forte que não dá nem para entrar debaixo da queda d’água!

Como chegar: Passando da entrada da Vila de São Jorge, siga na estrada por mais poucos quilômetros e você verá a entrada à esquerda da pista.
Taxa de acesso:
R$30.

💡Para este passeio é recomendado o guia, sobretudo na época de chuvas, onde há risco de tromba d’água. Se chover na cabeceira do rio é preciso aguardar a correnteza diminuir e cordas para cruzá-lo. Vai ser uma aventura que valerá a pena!

💡 Recomendo levar repelente e um casaco para este passeio, já que na cachoeira não bate muito sol.

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Os 110m de Segredo na época de chuvas

Éden Águas Termais e Águas Termais Morro Vermelho

Uma boa pedida para quem quer ir à noite, relaxar depois de um dia de trilha. Ambos os locais ficam a 15km de São Jorge colados um ao outro, e tem piscinas com águas quentes e restaurante. Porém não substituiria nenhum passeio de cachoeira por este, já que apesar da água ser natural o represamento não, acaba sendo uma piscina aquecida de água termal.

Como chegar: Passando da entrada da Vila de São Jorge, siga na estrada por mais poucos quilômetros e você verá a entrada à esquerda da pista.
Taxa de acesso: R$20.

Mirante da Janela e Cachoeira do Abismo

Um total de 8km de caminhada até o Mirante da Janela, onde é possível contemplar o visual dos Saltos do Rio Preto que ficam dentro do Parque Nacional da Chapada dos Veadeiros. A Cachoeira do Abismo só existe na época de chuvas.

Como chegar: A entrada da trilha fica em São Jorge, na mesma estrada de terra que dá acesso ao Parque.
Taxa de entrada: R$20.

💡 Não é recomendado fazer este passeio sem ser na época de chuvas, pois a Cachoeira do Abismo seca e pode ser muito exaustivo fazer esta trilha sem parada para banho.

💡A trilha é relativamente fácil para quem está acostumado a caminhar, mas há vários trechos de subida e descida em pedra, por isso o guia é recomendado.

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A janela do abismo. Ao fundo, os Saltos do Rio Preto, no interior do Parque.

Raizama

Infelizmente não tive tempo de fazer este passeio. Mas é uma trilha fácil de cerca de 3km, parando em pequenas quedas d’água e poços para banho que pode ser interessante pela possibilidade de ser combinada com outro atrativo no mesmo dia.

Como chegar: 6 quilômetros de estrada de terra partindo de São Jorge.
Taxa de acesso:
R$20.

💡 Não precisa de guia, sendo ideal para um dia relax.

Encontro dos Rios

Já pensou em uma praia de rio no meio da Chapada? Pois bem, o Encontro dos Rios São Miguel e Tocantinzinho é exatamente isso. Lugar lindíssimo para um dia tranquilo, aproveite para encomendar o almoço por lá, já que a comida é muito famosa! Infelizmente o lugar encontra-se ameaçado diante de um projeto de represamento que está em discussão.

Como chegar: A entrada fica poucos quilômetros depois da entrada da Vila de São Jorge, à esquerda da pista.
Taxa de entrada: R$20, possíveis de serem negociados, caso esteja em um grupo maior.

💡 Não precisa de guia. Não deixe de ir nos cânions, depois da praia, onde há alguns jumps bem legais e no mirante.

Encontro dos Rios, Chapada dos Veadeiros

Numa relax no Encontro dos Rios

Cachoeiras da Fazenda Volta da Serra

As cachoeiras da Fazenda Volta da Serra, sem dúvidas merecem um destaque maior na lista dos atrativos da Chapada dos Veadeiros. Eu mesma só conheci as quedas na minha segunda viagem. A lindíssima Cachoeira do Cordovil, onde se forma um arco-íris, é uma queda super gostosa, sobretudo, em época de chuvas, quando fica com um volume maior de água. O Poço das Esmeraldas, também na propriedade é outro destaque à parte, com suas águas verdes e muitos pulos. A trilha não é tão pequena, mas bem plana, passando por belíssimos campos floridos – são cerca de 9 quilômetros, o circuito completo.

Como chegar: A entrada fica poucos quilômetros antes da entrada da Vila de São Jorge, à esquerda da pista, atenção para a sinalização.
Taxa de entrada: R$20, possíveis de serem negociados, caso esteja em um grupo maior.

💡 Não precisa de guia, sendo possível combinar com algum outro passeio menor como o Vale da Lua.

💡 Não deixe de provar o café e o mel da fazenda. Meu maior arrependimento é ter trazido apenas um saquinho deste café tão gostoso!

Cordovil, Chapada dos Veadeiros

Apesar de ficar com pouca água na seca, a Cordovil é um passeio que vale muito à pena

Os melhores passeios saindo de Cavalcante

Cachoeiras do Quilombo Kalunga: Santa Bárbara, Capivara e Candaru

As cachoeiras do Quilombo Kalunga são indiscutivelmente umas das mais bonitas da Chapada. Mas a visita ao maior Quilombo do Brasil deve ter um destaque a parte. Nesta segunda viagem optamos por acampar por lá, no restaurante e camping da Dona Minalci e não poderia ter sido um maior acerto.

Cachoeira Capivara, dentro do Quilombo Kalunga

O paisagismo da Cachoeira Capivara, dentro do Quilombo Kalunga

Acordando cedo, já dentro do Quilombo, é possível conhecer as três cachoeiras: Santa Bárbara, com suas águas azuis turquesa, Capivara, uma das minhas favoritas – de tão linda que é, parece que contrataram um paisagista – e a poderosa Candaru, que foi uma novidade para mim, nesta segunda visita e já entrou para a lista das melhores da região.

Santa Bárbara, Cavalcante, Chapada dos Veadeiros

Olha a cor da água da Santa Bárbara!

Conto mais sobre a experiência no Quilombo Kalunga em outro post, em breve!

Como chegar: Saindo de Cavalcante são 25km por estrada de terra  até a entrada do Quilombo Kalunga, à esquerda.
Taxa de entrada: R$20 para a Cachoeira Santa Bárbara; R$10 para a Capivara e outros R$10 para a Candaru.

💡 Para conhecer as cachoeiras do Quilombo é obrigatório o acompanhamento de um Guia Kalunga, os atrativos são fonte de renda da população local que protegem a região. A guiada custa R$150, ou R$25 por pessoa, em grupos maiores.

💡O tamanho da caminhada varia muito de acordo com a estação do ano. Isso porque passa por vários riachos, em que é inviável passar de carro na época das chuvas. Mas tem um esquema de alugar uma vaga na boleia de um caminhão ou em um carro dos moradores para encurtar o caminho por R$5. Vale a pena nem que seja pela experiência nada confortável de andar na mala de uma Caravan movida a gás de cozinha.

Transporte alternativo dentro do Quilombo Kalunga durante a época de chuvas, Chapada dos Veadeiros

Transporte alternativo dentro do Quilombo Kalunga durante a época de chuvas

💡 Recomendo chegar cedo e já garantir a entrada para as cachoeiras no Centro de Visitantes, já que há limite de visitação diário de 150 pessoas. Nesta recepção que é feita a organização dos grupos e dos guias.

Cachoeiras do Rio do Prata: Rei e Rainha do Prata

Sem dúvidas vale a pena uns dias pela região de Cavalcante para poder conhecer, além do Quilombo, com tranquilidade que este merece, também o Rio da Prata. Nesta segunda vez, pernoitamos nas proximidades, para poder passar o dia explorando o Rio, que já fica quase na fronteira com o estado do Tocantins,  distante 65 quilômetros de estrada de terra de Cavalcante. Apesar do difícil acesso, vale muito à pena: o lugar é estonteante.

Como chegar: Saindo de Cavalcante são 65 quilômetros por estrada de terra  até a entrada, à esquerda. É a mesma estrada que leva para o Quilombo Kalunga, no quilômetro 25.
Taxa de acesso: R$20 para acessar as quedas do Rio do Prata, mais R$20 na portaria do Rei do Prata.

Rio da Prata, Cavalcante, Chapada dos Veadeiros

Uma pausa para o café da manhã dentro do Rio da Prata

💡São várias quedas incríveis ao longo do Rio, mas para seguir para as quedas principais, o Rei e a Rainha do Prata são obrigatórios o acompanhamento de guia que costuma cobrar R$25 por pessoa, em grupos maiores. O circuito completo tem cerca de 10 quilômetros de trilha, com muitas paradas e o ideal é combinar com alguns dias de antecedência a guiada, ou arranjar um guia no Quilombo que tope fazer o Rei.

💡 Como é muito afastado uma opção é pernoitar no acampamento do Rei do Prata, aproveitando o dia todo por lá, sem se preocupar em madrugar para chegar.

Outros passeios:

É bem verdade que existem alguns passeios lights como as próprias termas, massagens, meditações, tirolesas – como o Vôo do Gavião dentro da Fazenda São Bento – e até mesmo observação de pássaros, basta se informar!

Mas tenho que mencionar a Feira de Produtores Locais de Alto Paraíso, que acontece todo domingo no centro ao lado da rodoviária. Trata-se de muito mais do que uma mera feira orgânica, de produção familiar, num movimento muito bonito em oposição ao agrobusiness local. Programe-se para passar por aqui e tomar um café da manhã com suco verde e muitos quitutes incríveis antes de seguir para alguma cachoeira. 🙂

Outro destaque é a opção de conhecer a Chapada no alto de um balão. Já pensou? Contato do Baloeiro Felipe: (62)9932-3416. O ponto de encontro é as 5 da manhã na pracinha de Alto Paraíso.

Precisa de guia?

Fecha com a Patrícia (62)9655-8440. Conheci ela na minha primeira viagem e na segunda ela me deu muitas outras dicas, no meu segundo giro pela Chapada.

Para mais dicas sobre a Chapada dos Veadeiros, confira também o post:

CHAPADA DOS VEADEIROS: TUDO O QUE VOCÊ PRECISA SABER ANTES DA SUA VIAGEM

Bom giro! <3

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