Quanto custa uma viagem para o Sudeste Asiático?
Esta é a pergunta de 1 milhão de dólares! Antes que você comece a ler: este não é um post com uma planilha de Excel e um orçamento com centavos. Mas sim, com muitas dicas de como planejar uma viagem para Ásia, ou para qualquer lugar do mundo, que caiba no seu bolso!
Sou defensora ferrenha da tese de que independentemente do destino viajar pode ser sempre caro ou barato, dependendo de suas escolhas e estilo. No Sudeste Asiático em geral não é diferente: é possível ter uma viagem de luxo, incluindo resorts 5 estrelas e grandes restaurantes, como também pode ser uma viagem barata ao estilo big trips small budgets.
Por isso acho muito complicado esse tipo de pergunta:”Quanto custa uma viagem para tal destino?”. O que posso dizer é que dá para economizar uma boa grana com um mochilão nas costas, hospedando-se em hostels baratos (ou se preferir, indo de rodinhas em pequenos hotéis), comendo em restaurantes simples e aproveitando a farta comida de rua, optando por trens e ônibus noturnos, entre outras artimanhas que a gente vai aprendendo se jogando no mundo.
Como gastando-se menos viaja-se mais, sou sempre do time que opta por grandes viagens com pequenos orçamentos, economizando para me permitir um pequeno sonho de consumo vez ou outra.
No fundo, mais do que o quanto você pode, vai depender do quanto você quer gastar. O segredo para economizar é definir um orçamento máximo de quanto você pode gastar e um orçamento de valor inferior de quanto você quer gastar. O segundo deve ser seu norte, o primeiro cobre as despesas inesperadas, mudanças de planejamento e eventuais emergências.
Começando o planejamento
Passagens aéreas
Sua passagem para o outro lado do mundo pode variar de 500 reais (sim, é possível) a muitos mil reais dependendo da antecedência e flexibilidade de tempo. Nem sempre é possível tirar férias na semana daquela promoção incrível, ou então, em caso de viagens maiores, raramente as promoções incríveis tem uma janela de tempo maior do que três semanas entre a data da ida e a da volta. Ai o segredo é comprar a passagem com antecedência para poder aproveitar melhores preços e melhores conexões. Mas se você tem uma janela de tempo de até 3 semanas e uma certa flexibilidade para tirar férias uma boa dica é esperar uma promoção.
Sites como o passagens imperdíveis são as melhores ferramentas para ficar de olho nessas pechinchas. Seguir o Instagram deles (@passagensimperdíveis) é uma boa maneira pra saber em primeira mão. Quando pintar, não dá pra pensar muito, pois as melhores promoções se esgotam em questões de horas. Se não achou nenhuma promoção que se encaixe com as suas opções filtre o melhor preço. Eu utilizo o Sky Scanner como buscador e uma dica é pesquisar diferentes datas e aeroportos.
Montando o roteiro
Comprou a passagem? Ótimo, hora de montar o roteiro! Antes de querer abraçar o mundo e visitar 5 países em 2 semanas, se preocupe em curtir o tempo que você tem sem extrapolar o seu orçamento. As vezes menos é mais, conhecer melhor menos países pode ser mais proveitoso.
Pesquise quantos dias é necessário ficar em cada cidade e pense quais são suas prioridades, quais são os locais que você tem mais vontade de conhecer e comece a rascunhar o roteiro no papel ou no Excel, o que você preferir. Usando o Sky Scanner pesquise o valor dos trechos internos e veja se são compatíveis com o seu orçamento. Se tá caro, diminua.
Existem muitas companhias low cost que operam no Sudeste Asiático como também na Austrália, como Air Asia, Lion Air, Jet Star entre muitas outras. Quando pesquisar o preço não esqueça que a bagagem, via de regra, não está incluída, sendo paga à parte.
Por mais que as passagens aéreas sejam muitas vezes o mesmo preço ou mais baratas que o transporte terrestre, optar por ônibus e trens noturnos pode ser uma escolha inteligente economizando muitas vezes em táxis para o aeroporto (uma vez que a rodoviária e a estação central via de regra ficam no centro da cidade) e na diária da hospedagem. No Sudeste Asiático, recomendo o trem no trecho Bangkok – Chiang Mai e ônibus noturno para viajar de norte à sul do Vietnã, bem como entre Kuala Lumpur, Malaca, Cingapura, por exemplo.
Hospedagem
Tendo visto os custos de transporte, hora de planejar as hospedagens. As diárias de hostels no Sudeste Asiático variam de R$25-50, em média. Muitas vezes as instalações não são muito diferentes, no fundo o que você quer é uma cama limpa, wi-fi e um chuveiro. O melhor site e aplicativo de celular para hostels é o Hostels World.
Outra alternativa para quem viaja em família, casal ou não quer ficar em hostel é pesquisar pequenos hotéis e guest house em sites como Booking.com e Agoda limitando o preço ao mínimo e analisando os comentários dos demais usuários. Antes de reservar, confira no Trivago qual site de reservas oferece o melhor preço.
Airbnb também é sempre uma boa opção, sobretudo em cidades maiores e, se tiver mente aberta, não descarte a possibilidade de utilizar a rede de Couchsurfing para economizar e hospedar-se com moradores locais.
Alimentação
Se você sai com transporte e hospedagem planejados o seu maior gasto durante a viagem vai ser com comida. Mas dá pra economizar muito se você não optar por restaurantes caros. Refeições de comida de rua custam em média R$4-10 em restaurantes baratos em média R$12-25. Cozinhar no hostel ao menos aquele lanchinho da noite pode ser uma boa para salvar uma grana e de quebra, fazer amigos. Uma média diária econômica com gastos em comida no Sudeste Asiático é entre R$35-50.
Atrações e compras
A vantagem é que a grande maioria das atrações custa pouco ou quase nada. Se você pensa em fazer algo com um custo maior, como aquele passeio exclusivo de barco, passar um dia com elefantes, voar de balão ou um curso de mergulho, pesquise o valor previamente e separe um dinheiro em seu orçamento.
É importante definir um valor para compras também, mas lembre-se que é um gasto secundário, sobretudo, porque em viagens longas e com muitos deslocamentos se torna impossível carregar tudo o que você acha lindo, por mais que seja vendido a preço de banana. Carregue menos, compre menos, viaje leve.
Outros gastos e dicas
Seguros
Viajando pela Ásia é indispensável seguro. A minha dica é o Word Nomads, seguro que oferece uma boa cobertura (incluindo esportes radicais), por um preço justo. Para ter ideia do preço basta simular as datas e países no site.
Vistos
A maioria dos países do Sudeste Asiático solicita vistos de brasileiros que podem ser carinhos e alguns tem que ser solicitados previamente. Para mais informações confira o post Sudeste Asiático: vistos e vacinas exigidos para brasileiros.
Faça amizades
Mais gente = maior diversão e custos divididos. 🙂
Viajando sem planejamento
Em uma viagem bem longa nem sempre é possível planejar todos os detalhes e as vezes, quando dá, a gente só quer deixar acontecer. Foi o que eu fiz em Cingapura, Bali e depois na Austrália, o que tem suas vantagens e desvantagens.
A vantagem principal é que se você gosta de um lugar pode simplesmente ficar mais, com flexibilidade para estender estadias, além de poder pegar dicas com os viajantes que você vai conhecer pelo caminho que já foram para aquele destino. Não gostou do hostel ou do Airbnb, sai no dia seguinte e procura outro.
A desvantagem é que, sobretudo quando o lugar é mais caro, pode ser estressante não saber se você vai ter uma cama para dormir naquela noite, sem falar que as passagens aéreas aumentam substancialmente de preço comprando de véspera. Ai a dica é planejar os trechos aéreos seguintes com no mínimo 1 semana de antecedência, sempre que possível. Mas não deixe que esses medos te impeçam de se jogar no mundo, pois é quando a gente se permite viver essas aventuras que temos as melhores experiências.
Só para vocês saciarem seu desejo por um número, acho uma boa média low budget individual USD30-40 por dia, sem incluir os custos de passagens aéreas, seguro e vistos (se permitindo fazer uma massagem de vez em quanto). Mas é claro é possível gastar isso ao cubo, dependendo das suas escolhas.
Bom giro! 🙂
4 Comentários
Muito bom o conteúdo! As dicas realmente valem mais que números engessados.
Obrigada pelo comentário, Gustavo! Vai ter muita dica boa, acompanhe nas nossas redes sociais!
O visto p brasileiros é gratis , e pemissao p 90 dias , 👍 No meu caso sou brasileiro mas moro no japao , por isso nao precisei de comprovante de vacina p febre amarela . Bom suas dicas 👏
Muito obrigada, Alex! Que incrível que você mora no Japão, tá na nossa lista de próximos destinos 🙂