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Todas as dicas de Melbourne, Austrália

por Ursulla Lodi

Se eu tive uma surpresa positiva ao conhecer a Austrália foi Melbourne, capital do estado de Vitória e segunda maior metrópole do país. Antes de ir, já tinha ouvido bastante da cidade, de amigos que tinham morado por lá e traziam, com ares renovados, a boa fama de cidade cultural e descolada, que não poderia faltar no meu roteiro – assim como não pode deixar de faltar no seu! 

Porque Melbourne

Não é à toa que tantos brasileiros tão escolhendo a Austrália para viver novas experiências, seja em intercâmbios e cursos com vistos do working holiday, viagens, ou de mala e cuia, sendo bem comum ouvir português pelas ruas.

Melbourne, que já foi eleita a melhor cidade para se morar no mundo, muito provavelmente seria a minha escolhida se fosse ficar na Austrália. Olha que eu sou uma carioca bem apegada à praia – mesmo Sydney tendo uma energia flip flops que lembra muito o Rio de Janeiro, que de fato não tem em Melbourne. Sou apaixonada pelo Brasil e foram raras as vezes que senti vontade de não voltar, mas a qualidade de vida que vi por lá, e na Austrália em geral, de fato bateram forte no coração.

Talvez o que tenha me despertado, tenha sido justamente a diferença. O friozinho que sopra do Pólo Sul e o tempo imprevisível mesmo nos meses quentes… O trem de superfície que corta a cidade toda, com personagens hipsters de todas as idades, enquanto vamos andando olhando os letreiros coloridos do subúrbio até o centro, com arranha céus modernos de uma metrópole nada estéril e com muita personalidade. Ao mesmo tempo, a similitude, de cidade jovem, que pulsa arte, cultura e gastronomia, assim como o Rio.

Além disso, a cidade, que foi meu ponto de partida em meu roteiro de quase dois meses pelo país, é a porta de entrada para a Great Ocean Road, por onde partimos, com dor no coração, mas com o visual incrível da famosa estrada.

O que fazer em Melbourne

Melbourne é uma cidade que a cultura chega a ser palpável. Cheia de museus, galerias e centros culturais. Depois de quase uma semana curtindo e perambulando pela cidade, sem dúvida posso dizer que ela não te deixará entediada e você sempre terá o que fazer.

Essas são as minhas dicas do não deixar de ver:

1. Federation Square e arredores

⭐ Free Tram Zone (zona onde os bondinhos são gratuitos. Explico mais em “como se locomover”)

A Federation Square é uma praça pequena, mas muito movimentada, no coração do centro, que nas metrópoles australianas é mais conhecido como CCB. Muita gente circulando para ir para o trabalho, turistas e famílias saindo de museus entre a arquitetura moderna e a antiga beirando o Rio Yarra, que corta a cidade.

Federation Square

No centro da praça fica o Australian Centre of Moving Image, o ACMI, um dos mais importantes museus da Austrália, com exposições temporárias que estão sempre rodando o mundo, além da permanente sobre imagem em movimento, que narra a história do avento do cinema. Como é de esperar, a construção modernista conta também com um cinema gigante em seu interior.

Se tiver tempo confira também o museu de arte Ian Potter, que fica bem pertinho da praça. O museu abriga a coleção da Universidade de Melbourne, além de outras exposições temporárias, e tem entrada gratuita.

Em frente, fica a estação ferroviária, que além de ter uma edificação histórica bem bonita do início do século XX, interliga o centro da cidade aos subúrbios, sendo a maneira bem prática de ir até Brighton Beach. Veja também a imponente igreja anglicana St. Paul’s Cathedral construída no século XIX em estilo gótico.

Nos arredores da Federation Square fica uma das ruas mais famosas de Melbourne, a Hosier Lane Street, que acabou se tornando símbolo da cidade por seus becos com grafites super coloridos, que ilustram muitos cartões postais hypes. Para grafitar por lá basta chegar e deixar sua arte,  sendo que até o chão e as lixeiras são pintadas, criando uma atmosfera única.

Grafites e mais grafites espalhando arte por todos os cantos!

💡 Pode ser complicado achar um restaurante gostoso e com preço bom nesta região central e turística da cidade, mas achamos uma espécie de fast food japonês bem gostosinho na rua principal, a Flinders Street, uma avenida larga e repleta de lojinhas de câmbio e de suvenires de canguru. Inclusive, para quem gosta de lembrancinhas, o melhor local é o Queen Victoria Market.

💡 Outra curiosidade é que não falta comida oriental de qualidade nas capitais australianas, devido à forte imigração e troca cultural. Me apaixonei ainda mais pela culinária vietnamita no país. Super indico procurar onde comer na região da China Town, ao norte da Federation Square.

💡 Nas margens do Rio Yarra, ficam muitos restaurantes descolados, porém caros para o padrão mochileiro. Mas é bem bacana andar nesta área, que fica com várias pessoas fazendo piqueniques ou apenas relaxando na beira do rio. Atravesse sua ponte principal, a Princes Bridge, que tem uma vista bem bonita do centro, chegando na Green Zone.

Princes Beach, com o downtown Melbourne ao fundo

2. Na outra margem do Rio Yarra

⭐ Free Tram Zone

Atravessando a Princes Bridge, chegamos numa parte do centro chamada de região verde. O nome se dá por a área ser cheia de parques, que por sinal são bem comuns nas metrópoles australianas, sempre surpreendendo pelo esmero e o verde seus gramados!

As principais atrações nessa área são o Royal Botanic Gardens, onde fica o Shrine of Remembrance, um  monumento que parece um templo grego em homenagem aos mortos na Segunda Guerra Mundial, que, infelizmente, não tive tempo de conferir, mas parece que tem uma bela vista da cidade, com o fundo verde do Jardim Botânico.

Além disso, por aqui também fica a National Gallery of Victoria, a NGV, um museu com acervo completo que vai da arte contemporânea ao planetário, passando pelo Egito e exposições temporárias, sendo muito recomendado.

De dentro da NGV

3. Baia de Port Phillips, St. Kilda, Brighton Beach

Separe um dia para conhecer a região sul da cidade, a Baía de Port Phillips, onde fica o bairro St. Kilda e a praia de Brighton Beach, famosa por seus galpões coloridos. St. Kilda parece uma região litorânea, com casas incríveis e muitas sorveterias, em ruas simpáticas cheias de estudantes uniformizados.

Mas não vá esperando uma grande praia, pois trata-se de uma Baía. O destaque é para a vista incrível da cidade, ao fundo de suas águas escuras. Além de perambular pelo bairro, uma outra atração é o Luna Park de Melbourne, um parque de diversões em estilo antigo.

💡Para chegar lá a melhor maneira é tomar um trem na estação ferroviária em frente da Federation Square, com saídas de meia em meia hora.

Baía de Port Philipps, com a cidade ao fundo vista da Brighton Beach

4. Melbourne Museum e Carlton Garden, Fitzroy e Collingwood

Reserve ao menos meio dia para conhecer o Melbourne Museum, um museu de História Natural cujo acervo inclui muitas ossadas de dinossauros e outros monstros australianos e seus belos jardins, onde muitos aproveitam para fazer piqueniques. Mas, o mais interessante é sua galeria de cultura aborígene, uma das mais antigas do mundo, massacrada pelo homem branco, trazendo à tona detalhes da colonização australiana. Os guias aqui, normalmente são descendentes aborígenes.

Os jardins nos arredores do Melbourne Museum, um ótimo lugar para um piquenique!

O museu fica próximo de Fitzroy e Collingwood, os bairros mais hipsters da cidade. Se você também é um millennium, com certeza, também vai adorar esta região antiga, repaginada por novos empreendimentos descolados, galerias de arte, bares, sorveterias com sabores inusitados e lojas de produtos orgânicos.

Fitzroy <3

Dicas de onde ir em Fitzroy e Collingwood

Nos hospedamos no subúrbio, portanto, para chegar no CCB, passávamos bastante por aqui… O melhor é se perder por suas ruas, vendo vitrines e pequenos negócios que esbanjam criatividade. Algumas dicas legais:

⭐  Trippy TacoRestaurante mexicano especializados em burritos, opção em conta e gostosa.

⭐ Fato a Mano – Pequena padaria com pães de fermentação natural, ideal para café da manhã ou comprar uma torta gostosa para viagem.

⭐ Naked for Satan – Um dos rooftops mais bacanas de Melbourne. Além da bela vista, o mais legal é a decoração satânica inusitada. Esta foi uma dica de uma amiga californiana que conhecemos em Bali, que sem dúvida deve ser repassada. O local é ideal para jantar, tomando drinks e comendo coisinhas gostosas, em um ambiente para lá de único.

O rooftop do Naked Satan, um bar imperdível de Melbourne

Onde se hospedar em Melbourne

Ficamos em um AirBnB bonitinho, em Preston, um subúrbio relativamente próximo do centro, cheio de empreendimentos bacanas, e super acessível by tram. A nossa host foi a Mani, uma senhora maláia muito fofa e com um tempero ótimo, que se despediu da gente com lágrimas nos olhos. Super recomendada.

Mas talvez, indo de uma próxima vez, me hospedaria em Fitzroy ou Collingwood, pois amei os bairros. Mas se você quer praticidade e ficar perto de tudo, recomendaria os arredores do CCB, na Free Tram Zone.

Algumas opções interessantes: 

AirBnB: além do da Mani, cujo link está acima, dá uma olhada nessa casinha ciclística super fofa e nesse apartamento de decoração de floresta super única! Coisas de Melbourne… <3

Hotéis low cost e conforto: Hotel Ibis Melbourne Central e Novotel Melbourne Central e se preferir ficar perto do mar Novotel Melbourne St Kilda

Como se locomover em Melbourne

Diferente de outras metrópoles australianas, Melbourne tem um centro, CCB, integrado e compacto, sendo fácil de se locomover com transporte público, os trams que cortam a cidade, dando exemplo de serviço público de qualidade. Além disso, uma boa dica são as bicicletas públicas azuis, ou se perder perambulando a pé por ai…!

💡Chegando por lá a melhor coisa a se fazer é ir até uma loja 24h 7-Eleven – que normalmente na Austrália são lojinhas de postos de gasolina – e comprar um MYKI Card, cartão para os utilizar os trams. Pode rolar fiscalização, portando nada de tentar dar uma de esperto, stay aware. Outra dica bacana de uma prática comum em Melbourne é reciclar seu MYKI Card, oferecê-lo para alguém antes de deixar a cidade.

💡Dentro do CCB existe a Free Tram Zone, uma zona onde os bondinhos são gratuitos. As atrações de número 1 e 2 deste post ficam nesta região, portanto não é necessário pagar para se locomover.

Great Ocean Road

Além de ser uma cidade super transada e interessante por si só, Melbourne é o ponto de partida ideal se você quer dar um giro pela Great Ocean Road, onde ficam as formações rochosas dos Doze Apóstolos! Explicamos tudo sobre lá nesse post

Olha os Doze Apóstolos!

Como não gastar muito na Austrália

Como disse anteriormente, Melbourne foi a primeira cidade em que fiquei ao chegar na Austrália, vindo diretamente da aventura asiática. Chegar na cidade com poucos dólares australianos e o impacto de uma economia desenvolvida, depois de meses gastando muito pouco para viajar foi um baque. Inegavelmente a Austrália é um país caro para viajar, ainda mais quando não ganhamos na moeda local. Mas com um pouquinho de jogo de cintura e experiência de viajante demos conta. Conto mais nesse post de dicas para viajar barato pela Austrália

great-ocean-road-Australia-Blog-gira-mundo

Camping Público na Great Ocean Road, entre Melbourne e os 12 apóstolos

Bom giro!

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