– Este post foi escrito durante a pandemia global de Covid-19, em 2020, nos lembrando que promover a biodiversidade e a vida com propósito sustentável no planeta é crucial para a nossa sobrevivência enquanto espécie. Esperamos que todos possam dar novos giros e continuar promovendo a consciência, em breve!
Nossas dicas para conhecer o Parque Estadual do Ibitipoca, na Serra da Mantiqueira
Minas Gerais sempre me surpreende pelos cantinhos de natureza, pelo clima gostoso e pelo jeitinho mineiro que acalanta. Tem sido um pedaço de Brasil que tenho gostado de descobrir aos pouquinhos, sobretudo pela proximidade do Rio, podendo ir de carro em finais de semana prolongados. Foi o que fizemos para conhecer o Parque Estadual do Ibitipoca, localizado no município de Lima Duarte, na região da Serra da Mantiqueira, no sudoeste mineiro.
Como chegar em Ibitipoca
Para chegar à Vila de Conceição da Ibitipoca percorremos a BR-040, estrada para Juiz de Fora e depois a BR247 até Lima Duarte. São 270km do Rio, sendo cerca de 40 minutos de estrada de terra entre Lima Duarte e Ibitipoca – 27km. Vale mencionar que este trecho tinha acabado de ser reaberto depois de fortes chuvas, mas apesar de estar ruim, não tivemos problema, mesmo com carro baixo. Saindo de Juiz de Fora são 90km e de Belo Horizonte, 360km.
Não vou mentir que é bem mais fácil ir de carro do que de ônibus para Ibitipoca. Para chegar de transporte público só existe uma opção: ônibus saindo de Juiz Fora às 5:30h para Lima Duarte e de lá pegar outro transporte para a vila. No sentido contrário saídas de Ibitipoca às 8h e 17h.
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A vila, que se sustenta com o turismo atraído pelo parque, é pequena e uma gracinha, com opções de pousadas gostosas, campings estruturados, cervejarias e bistrôs, que detalhamos no final do post.
Atrativos do Parque Estadual do Ibitipoca e quanto tempo ficar
São três os principais circuitos do parque: Circuito da Janela do Céu, Circuito das Águas e Pico do Pião. Se quer conhecer todos o ideal é ter três dias inteiros. Mas sinceramente, se você tem apenas o final de semana e quer pegar uma cachoeira, também acho super válido.
Trata-se de um parque, o que implica em regrinhas de visitação. Estas podem ser incomodas, porém importantes de serem cumpridas para preservação e controle do habitat. Atente que existe um limite de 600 visitantes por dia e que os portões de acesso fecham as 17:30h, horário que todos os visitantes devem sair, exceto aqueles acampados em seu interior, que a partir desta hora não podem mais sair também. Além disso, as trilhas do parque, que são super bem sinalizadas, abrem as 7h da manhã e existem limites para início, especificados abaixo.
Circuito das Águas: horário limite para início: 15h.
Trilha super fácil de 5km ida e volta. O destaque é a Cachoeira dos Macacos, uma bela queda d’água de 30m com um poço para nado e pedras para descanso. Gostamos tanto dela que preferimos voltar e ficar relax no último dia à fazer a trilha para o Pico do Pião. A Cachoeira dos Macacos é onde termina a parte baixa da trilha, que vai percorrendo o paredão passando por vários pocinhos e atrativos, como o Lago das Miragens, Lago dos Espelhos, Ponte de Pedras e o Mirante do Gavião, começando na Prainha.
Circuito da Janela do Céu: horário limite para início: 10h.
Trilha mais puxada e procurada no Parque, com 16km ida e volta. A procura se dá sobretudo pela fama que ganhou seu atrativo final, a Janela do Céu, uma piscina de borda infinita. Se você está acostumado com mato vai tirar de letra a pequena andança, apreciando as vistas da Serra da Mantiqueira e os vales com vegetação híbrida de Cerrado e Mata Atlântica, podendo passar também pelas seguintes atrações: Cruzeiro, Grutas da Cruz, Gruta dos Fugitivos, Gruta dos 3 Arcos, Gruta do Moreira e Pico da Lombada (o ponto mais alto da trilha).
Se faz questão de conhecer a Janela do Céu, recomendo ir cedo, ainda mais se for um feriado, já que o espaço é bem pequeno, formando-se uma filinha, para apreciar a borda. O que mais gostei na Janela na verdade foi o pequeno cânion que fica à direita. O super destaque desta trilha foi a volta pela Cachoeirinha, queda d’água deslumbrante de 35m, surpreendentemente bem menos procurada.
Pico do Pião: horário limite para início: 12h.
Apesar de ser o menos conhecido, o Circuito Pico do Pião oferece lindos cenários para quem se propõe a percorrer seus 11 km de trilha com bastante subida. Acabamos não fazendo, mas os principais atrativos são: Gruta do Manjolinha, Gruta do Pião, Gruta dos Viajantes (considerada a mais bonita do Parque), chegando ao cume de 1.720m de altura, onde ficam as ruínas da Capela Senhor Bom Jesus da Serra, construída em 1932.
Valores dos ingressos do parque e estacionamento:
Dias de semana: R$20; meia entrada para estudantes e aposentados;
Finais de semana: R$25; meia entrada para estudantes e aposentados;
Estacionamento: R$25; valor caro para ter o conforto de parar no interior do Parque.
Vale saber que existe a opção de pegar uma van do Centro de Visitantes para a vila por R$5, mas esta nem sempre esta disponível. Se pretende andar, note que o parque fica a 3km do centrinho.
Acampando dentro do Parque Estadual do Ibitipoca
É possível e super recomendo passar ao menos uma noite no interior do Parque. O valor do camping é de R$60 por pessoa, mas você não precisa pagar os ingressos de acesso, ficando o mesmo preço de montar sua barraca num camping na cidade. Vale mencionar que a graça é justamente já acordar aqui e curtir com tranquilidade a energia do parque, aproveitando para, por exemplo, fazer a trilha da Janela do Céu no dia seguinte, bem cedinho.
Quanto a estrutura, os banheiros são ótimos e com água quente. É preciso levar fogareiro e mantimentos, exceto se quiser se alimentar exclusivamente no restaurante que serve refeições até 18 horas. Limite de 30 barracas.
Reservas recomendadas, sobretudo, tratando-se de época de movimento. Contactar no e-mail: peibitipoca@meioambiente.mg.gov.br.
Outros atrativos:
O limite de 600 visitantes por dia no interior do PEI, junto ao desenvolvimento do ecoturismo local tem fomentado o surgimento de outras alternativas às trilhas do parque como a visita da Janela do Céu por baixo, Água Santa, Souza do Rio Grande, além de passeios de bote, bicicleta, cavalo e quadriciclo. Mas, para além dos limites do parque, o mais interessante é conhecer e curtir a própria vilinha de Conceição da Ibitipoica ou aproveitar para relaxar.
Onde se hospedar na Vila de Conceição da Ibitipoca e outras dicas
Conceição da Ibitipoca é gostosinha, com bistrôs, lojinhas de cerveja artesanal e bastante música ao vivo. Ideal para dar uma voltinha depois de curtir o dia no Parque.
Falando em música, todo ano rola o Ibitipoca Blues, normalmente, no mês de agosto. O festival já tem mais de 20 anos de bom som, enchendo a cidade.
Onde se hospedar:
Pousos de mais conforto:
Pousada Quinta do Barão: boa relação custo benefício para quem quer um chalé com café da manhã mineiro. Diárias por até R$200.
Serra do Ibitipoca Hotel de Lazer: a opção de mais conforto da região se não está viajando com orçamento apertado.
Para acampar fora do parque:
Camping Pinheiros: R$50 por pessoa, com ótima estrutura, mas nem sempre está aberto e fica um pouquinho mais afastado da vila, mais próximo ao parque. Opção de chalés com cozinha compartilhada.
Casa do Geninho (Loja Tilelê): R$40 por pessoa, com ótima estrutura, foi onde ficamos nas noites que passamos fora do parque e super recomendo. Opção de quartos com café da manhã.
Ibitilua: R$40 por pessoa, outra opção de camping e pousada na Vila.
AirBnB
Indo com uma galera para dividir é sempre uma boa dar uma conferida nas opções de casas do AirBnB. Normalmente sai mais em conta do que pousada e ainda temos a vantagem de poder economizar cozinhando. Algumas que achamos super fofas e selecionamos pra vocês:
Chalé de 2 quartos para até 6 pessoas na Vila do Sol
Recanto da Paz, uma gracinha de apartamento para dois com hidromassagem, para quem quer um clima romântico.
Casa Refúgio da Serra, para quem procura uma casinha ou um espaço completo para até 9 pessoas.
Comer e beber – com dicas vegetarianas!
Bar do Firma (aberto sextas e sábados, ficando à cerca de 15 minutos de carro da Vila): bar super famoso pela decoração nostálgica e cheia de vinis, pelas cachaças artesanais mineiras e, sobretudo, pela engenhoca que faz as garrafas descerem do teto direto direto para a sua mesa. Infelizmente estava fechado quando fomos, já que estivemos por lá num final de semana de pouquíssimo movimento – por um lado foi ótimo que os atrativos estavam vazios, por outro não curtimos tanto a vida noturna dos arredores.
Além disso, existem algumas cervejarias artesanais super bonitinhas no centrinho, queijarias e lojinhas que vendem o famoso pão de canela (confesso que não achei nada de mais).
Espaço Serrafina (bistrô aberto todos os dias menos aos domingos): talharim artesanal e opções vegetarianas com insumos orgânicos para o jantar com clima romântico.
Restautante do Parque: outra boa recomendação é o próprio almocinho do interior do parque, com buffet super completo nos finais de semana, em que também achamos alternativas sem carne (prato livre por R$25; sucos por R$5). Durante a semana é servido prato feito.
Outras dicas:
O bom de estar pertinho do mato é se desconectar. Aproveita que, provavelmente, a sua operadora não pega bem por aqui e se liberta da cidade grande e das telinhas.
Se previna levando dinheiro vivo, já que a vila de Conceição da Ibitipoca não conta com caixa eletrônico e nem sempre a maquininha de cartão funciona.
Vá de tanque cheio, já que o último posto de gasolina fica também em Lima Duarte.
Para as trilhas leve um lanchinho nutritivo e use sapatos confortáveis. Menos foto e mais troca de energia com a natureza! E claro, sem caixa de som e sem lixo.
Já escrevemos aqui no blog sobre outros destinos de Minas Gerais e da própria Serra da Mantiqueira como o Vale do Matutu e Aiuruoca. Depois dá um confere. <3
– Fotos analógicas neste post feitas pelas lentes do @gabrielfarley
2 Comentários
Excelente lugar para descansar e esquecer tudo vou voltar mais vezes.
Que bom que aproveitou!